O presidente Lula assinou um projeto para a criação da Alada, empresa pública aeroespacial
Militares da Aeronáutica estudam transformar a base de Alcântara, no Maranhão, em um polo de lançamento de foguetes e pretendem ter como um de seus clientes a Space X, empresa do bilionário sul-africano Elon Musk. A informação foi publicada nesta quarta-feira (16) pelo jornal O Estado de S.Paulo.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou, em outubro, o projeto de lei para a criação da Alada, uma empresa pública aeroespacial. Ainda não há maiores detalhes para saber como o trabalho seria dividido entre duas ou mais empresas na base de Alcântara. A possibilidade de exploração conjunta foi sugerida em relatório interministerial com a participação das Forças Armadas.
Ao comentar sobre a proposta, os militares mencionaram as necessidades de comunicação via satélite do governo, o fornecimento de internet banda larga e o apoio a missões militares, demandas já atendidas pela Starlink no Brasil.
Para a criação da Alada, a construção de um terminal portuário em São Luís com o objetivo de transportar trabalhadores da capital maranhense ao complexo militar onde os lançamentos são realizados poderia chegar a R$ 11 bilhões. O dinheiro seria do Programa de Aceleração do Desenvolvimento (PAC) ou do Fundo de Desenvolvimento Regional do Nordeste (FDNE).
As negociações para o novo projeto da Aeronáutica despertam expectativa, porque o presidente Lula e seus aliados vêm fazendo críticas ao bilionário Elon Musk por atacar verbalmente o Judiciário brasileiro, uma estratégia usada pela extrema-direita brasileira, para passar a mensagem de que a Justiça persegue este campo político. Partidos da esquerda denunciaram que os ataques à Justiça são uma tentativa de violar a soberania nacional brasileira.
O empresário sul-africano também é dono da rede social X. O funcionamento da plataforma no Brasil chegou a ser suspenso após o bilionário não indicar um representante legal da empresa no país.
O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes foi quem determinou a suspensão das operações da rede social, que já voltou a funcionar. O magistrado também sofreu ataques da extrema-direita bolsonarista. No começo do semestre passado, a Polícia Federal iniciou a Operação Tempus Veritatis (“A hora da Verdade”) e descobriu que a tentativa de golpe previa a prisão dos ministros do STF Gilmar Mendes e Moraes, além do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).