O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, declarou nesta terça-feira (25/4) que o risco de novas tentativas de golpe de Estado “diminuiu muito” desde os ataques terroristas do dia 8 de janeiro, em Brasília, mas, “infelizmente, é um traço permanente” do Brasil.
Na avaliação do ministro, a tentativa de golpe não teve êxito porque a maioria da população “não aderiu a esse desvario”, incluindo a maior parte das Forças Armadas e das polícias. Dino acredita que agora há poucos agentes públicos que defendam o golpismo, e ressaltou que o governo não fará uma “caça às bruxas” contra pessoas que apenas votaram no ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Eu diria que esse risco diminuiu muito desde a frustração do 8 de janeiro, mas, infelizmente, ele é um traço permanente da realidade brasileira. Na nossa formação histórica está a nossa dificuldade de lidar com a chamada ética da legalidade democrática. Frequentemente há essas interrupções, essas viradas de mesa, e esse estímulo à violência”, respondeu Dino ao ser questionado sobre o risco de novas tentativas de golpes de Estado, durante entrevista ao canal ICL.
Sociedade não apoiou
Para o ministro da Justiça, o risco que um grupo tente agir contra a democracia sempre existe. “Uma parte da nossa elite econômica, inclusive, no fundo, no fundo, tem saudade da casa grande, do pelourinho e da senzala”, frisou Dino. “Então, esses setores, não todos, um pedaço, sempre se juntam com extremistas, oportunistas e corruptos da política e tentam formar um bloco golpista”, acrescentou.
O ministro argumentou ainda que a maioria da população brasileira não apoiou a tentativa de golpe, que culminou nos ataques às sedes dos Três Poderes, em Brasília. “A maioria das Forças Armadas também não aderiu, tampouco das forças policiais. E se formou uma grande corrente de defesa da democracia, que isolou os golpistas”, disse.
Por- CB