Acabou a espera dos usuários que aguardavam na fila há dois anos
A Prefeitura de Japeri, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Semus), realizou no feriado da Independência, (7/9), o ‘Mutirão da Catarata’. A ação, que era esperada por pacientes que aguardavam na fila há cerca de dois anos, foram atendidos 100 usuários que tiveram acesso ao procedimento pela primeira vez. O procedimento aconteceu em parceria com o Hospital Rio Saúde, no município de Caxias.
Selecionados de acordo com a fila do Sistema Estadual de Regulação, todos realizaram o risco cirúrgico no Centro Municipal de Especialidades, em Engenheiro Pedreira.
Segundo a Prefeita, Dra Fernanda Ontiveros, o objetivo sempre foi zerar as filas de cirurgias eletivas. Mas, ao assumir o governo em plena pandemia, outras ações emergências de saúde foram necessárias.
A prefeita, Dra Fernanda Ontiveros, acompanhou os pacientes que realizaram as cirurgias, em Duque de Caxias
“Nosso plano de governo para a saúde da cidade sofreu alterações devido a pandemia. Mas, realizamos diversas ações e estruturações que nos permitem hoje acabar com a fila da catarata, como fizemos com exames e outros procedimentos”, disse a chefe do executivo que agradeceu o apoio do presidente da Câmara de Vereadores, Walter Trajano, que acompanhou os primeiros atendimentos.
A prefeita destacou ainda, que toda a estrutura da Semus foi usada para que os pacientes fossem preparados para este momento. “Não era só a parceria para a cirurgia, ou fazer os exames pré-operatórios. Nós planejamos desde o transporte até a revisão. A gente tem feito um fortalecimento da rede, o governo como um todo, os secretários, os funcionários, a câmara de vereadores. Tudo isso pra dar uma estrutura de atendimento para o meu povo. Porque é pra isso que eu estou prefeita”, disse lembrando que às quatro horas da manhã já recebia a informação de que o primeiro grupo seguia para o hospital.
Uma espera de três anos
Na fila há três anos, a moradora de Engenheiro Pedreira, Maria Neide Alves, (55), foi uma das primeiras a chegar e iniciar os procedimentos para a cirurgia. Quando terminou, fez questão de dizer o que fica para trás.
“Acabou não ver mais as coisas direito, andar segurando nas paredes e deixar de sair por não conseguir enxergar. Agora vou ver tudo!”, disse feliz e indo ao encontro da acompanhante Greice Vieira, que avaliou com nota 10 todo o processo. “A van pegou a gente perto de casa. O procedimento foi rápido e ela está muito bem. O que sinto é gratidão!”, disse.
Do bairro Citrópolis, em Engenheiro Pedreira, Idalina Maria, (72), foi para Caxias acompanhada do filho, Paulo César, que declarou o quanto era ruim chegar do trabalho e ver a mãe inicialmente reclamando da vista arranhando e depois que não conseguia mais enxergar. “É triste né! Ela sem poder enxergar ficava limitada”, disse.
“O Rio Saúde é a casa do povo japeriense”, disse o presidente, João Luiz
O presidente da organização gestora da unidade, João Luiz Ribeiro, recebeu os moradores de Japeri com a declaração de que eles estariam em casa. “Toda a equipe do Hospital Rio Saúde recebeu os japerienses com muito carinho. É muito importante pra gente enquanto instituição de saúde participar desse momento que devolve o prazer de ver a vida, a família, os amigos. Hoje, essa é a casa do munícipe de Japeri”, disse ele, cumprimentando a prefeita pela iniciativa.
O Hospital Rio Saúde conta com dois centros cirúrgicos, leitos de CTI, quartos individuais e coletivos com banheiro, tv, frigobar e armários para acomodação pós-cirúrgica e alimentação adequada. Todos os pacientes foram com acompanhantes e receberam o colírio para prevenção de inflamação e infecção após a cirurgia ocular. A revisão está agendada para segunda-feira, (11).
Maria Neide, (55), aprovou as acomodações e o atendimento assistencial do Hospital Rio Saúde
A independência do olhar
A realização do ‘Mutirão da Catarata’, neste feriado de Independência, (7/9), permitiu a chegada de um novo tempo diante dos olhos de 100 moradores de Japeri.
Segundo o cirurgião ocular, Helmer Magalhães, a catarata é hoje um grande problema de saúde pública e a maior causa de cegueira no mundo. “A visão está diretamente ligada à qualidade de vida das pessoas. Hoje, estamos possibilitando esse resgate”, disse, relatando que o procedimento é seguro e que a unidade dispõe de equipamentos e profissionais com grande capacidade técnica.
Para os mais novos amigos, Paulo Rodrigues Pereira, (60), morador do bairro Guandu, e Evandro Soares de Souza, (66), do centro de Japeri, as palavras do médico fazem todo o sentido.
Os dois se conheceram durante a ida para o hospital e Evandro explicou o que havia deixado de fazer por estar com a doença. “Há cinco anos, eu não dirijo mais à noite. A vista está turva e embaçada. Mas quando melhorar vou poder ajudar as pessoas da minha comunidade como sempre fazia”.
Já Paulo, que descobriu recentemente, agradeceu por já estar sendo operado. “Fui a consulta pelo incomodo. Fui encaminhado para regulação e agora já vou operar. Estou muito agradecido pela cirurgia e pelo tratamento que estamos recebendo”, disse se levantando e seguindo com o amigo para a cirurgia.