FACÇÃO POVO DE ISRAEL: OPERAÇÃO DAS POLÍCIAS CIVIL E PENAL MIRA ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA QUE AGE EM PRESÍDIOS

Investigações mostram que grupo movimentou cerca de R$ 67 milhões, em dois anos, com golpes por telefone; membros da facção estão espalhados por 13 unidades do sistema prisional

m áreas dominadas por outras facções. As vítimas são forçadas a transferir dinheiro para contas de terceiros, que repassam os valores conforme ordens da chefia do grupo. Segundo a polícia, o lucro dos golpes é dividido em quatro partes: 30% para o “empresário”, responsável pelo celular; 30% para o “ladrão”, executor do golpe; 30% para o “laranja”, que recebe o dinheiro; e o restante vai para o caixa comum do PVI.

Esse grupo tem contribuído para a explosão de golpes no Rio. Nos primeiros nove meses deste ano, foram 109.887 ocorrências de estelionato no estado, o equivalente a um caso a cada 3,5 minutos, em média. O número é o maior desde 2003, início da série histórica, segundo o Instituto de Segurança Pública (ISP). Já o número de registros de extorsão se manteve estável entre 2023 e 2024. Nos nove primeiros meses deste ano, foram 2.367 ocorrências do crime no estado, contra 2.368 no mesmo período do ano passado.

Droga em quentinhas

De acordo com a Seap, até o fim de 2022, o tráfico feito pelo Povo de Israel era restrito a pequenas quantidades dentro do sistema. Porém, desde o ano passado, grupo firmou acordos com grandes fornecedores e deu uma dimensão maior ao tráfico. Em setembro de 2023, por exemplo, a Secretaria apreendeu uma carga avaliada em R$ 1,5 milhão no Presídio Nelson Hungria, no Complexo de Gericino

Drogas foram apreendidas em quentinhas que iriam para presos no Complexo de Gericinó

A droga estava escondida em embalagens de quentinhas. Além dos entorpecentes, foram encontrados 71 celulares, além de carregadores e fones de ouvido. Esses aparelhos são fundamentais para a aplicação dos golpes. Entre 2023 e 2024, agentes penitenciários apreenderam 5.832 celulares nas unidades sob influência do PVI, uma média de oito por dia.

No curso das investigações, a Polícia Civil também identificou transferências suspeitas para cinco policiais penais, todos com histórico de atuação nas unidades controladas pelo Povo de Israel. Juntos, eles receberam R$ 437 mil. Um dos servidores foi preso em março do ano passado ao tentar entrar com drogas no Presídio Dalton Crespo, em Campos. Já solto, ele responde a um procedimento administrativo disciplinar (PAD). Outro foi detido em agosto deste ano com drogas e celulares na Cadeia Pública Juíza Patricia Acioli, em São Gonçalo. Este segue preso.

Extra

Comments (0)
Add Comment