Crescimento expressivo reforça posição estratégica do país no mercado global de petróleo, com destaque para o comércio com a China e a Rússia
As exportações brasileiras de petróleo alcançaram o valor recorde de US$ 59 bilhões nos últimos 12 meses até novembro, marcando um aumento de 7% em relação ao ano anterior e impressionantes 185% ao longo da última década. A informação foi divulgada pelo portal O Cafezinho e destaca o peso crescente do setor na economia nacional. Com o câmbio atual de R$ 6,10, as exportações somaram R$ 358 bilhões, um montante que supera significativamente o déficit primário do governo brasileiro no mesmo período, de R$ 225 bilhões.
A China é o principal destino do petróleo brasileiro, absorvendo 37% das exportações totais e 45% quando se considera apenas o petróleo cru. Esses números reforçam a relevância do país asiático como parceiro comercial estratégico para o Brasil.
Balança comercial do petróleo em expansão
O saldo da balança comercial do petróleo – que soma exportações e importações – também registrou crescimento significativo, totalizando US$ 33 bilhões nos últimos 12 meses, um aumento de 22% em relação ao ano anterior. Contudo, mesmo com o aumento das exportações, o Brasil continua importando grandes volumes de petróleo refinado. Entre dezembro de 2023 e novembro de 2024, as importações somaram US$ 23,39 bilhões.
Os Estados Unidos e a Rússia foram os principais fornecedores de petróleo ao Brasil em 2024, respondendo, juntos, por quase metade das importações. No entanto, um dado que chama a atenção é o crescimento exponencial das exportações russas para o mercado brasileiro. Em apenas três anos, elas saltaram de menos de US$ 500 milhões em 2021 para mais de US$ 7 bilhões em 2024, um aumento de 1.400%. Esse crescimento foi impulsionado pelas sanções ocidentais contra a Rússia, que permitiram ao Brasil importar petróleo russo a preços mais competitivos do que os praticados pelos Estados Unidos.
Comparações econômicas revelam impacto do petróleo na balança fiscal
Para se ter uma ideia da magnitude dos números das exportações de petróleo, o gasto do governo federal com pessoal no mesmo período foi de R$ 386 bilhões, enquanto os custos com programas sociais, como o Bolsa Família (R$ 171 bilhões) e o Benefício de Prestação Continuada (BPC, R$ 110,6 bilhões), juntos somaram R$ 281,6 bilhões. Ou seja, o petróleo desponta como um ativo estratégico capaz de impactar diretamente a economia brasileira.
Brasil no cenário global de petróleo
O mercado global de petróleo, dominado pela China, continua a crescer, com o Brasil consolidando sua posição como um dos principais exportadores mundiais. Enquanto o país busca expandir sua capacidade de exportação, enfrenta o desafio de reduzir sua dependência de petróleo refinado importado, equilibrando o desempenho de sua balança comercial no setor.
O cenário atual demonstra como o petróleo é mais do que um recurso natural: ele é uma peça-chave nas relações econômicas e estratégicas do Brasil, tanto interna quanto externamente. A crescente relevância do setor reforça a necessidade de políticas que otimizem a produção, refino e distribuição, garantindo que o país se beneficie plenamente de seu potencial energético.
Por Laís Gouveia – Brasil 247