EX-PRESIDENTE DO EQUADOR LENÍN MORENO ENFRENTA ORDEM DE PRISÃO

Em 2019, uma investigação jornalística ligou Moreno à INA Investment, empresa offshore que o Ministério Público começou a investigar.

Telesur – Na quarta-feira, a Procuradoria-Geral do Equador solicitou a prisão preventiva de
Lenin Moreno, que foi presidente do país entre 2017 e 2021.
Este político enfrenta julgamento no "Caso Sinohydro", no qual é acusado de receber propina
para a construção da Coca Codo Sinclair, a maior hidrelétrica do país.
Atualmente, Moreno reside na cidade de Assunção, no Paraguai, de onde atua como
Comissário para Assuntos de Deficiência da Organização dos Estados Americanos. O ex-
presidente deveria ter comparecido perante a Corte Nacional de Justiça em Quito em 20 de
março, mas não o fez.
Inicialmente, o Ministério Público havia pedido a prisão preventiva para todos os réus do caso,
com exceção de Moreno e outras 12 pessoas com mais de 65 anos, que a Constituição exime
dessa medida.
No entanto, pelo descumprimento da comparência periódica perante as autoridades
judiciárias, o Ministério Público pede agora a sua prisão preventiva.
O pedido de prisão provisória do caso Sinohydro também abrange outras oito pessoas,
incluindo a esposa de Moreno, Rocio González, e sua filha, Irina.
Desde o início, o ex-presidente mostrou sua intenção de não comparecer ao tribunal e tentou,
sem sucesso, revogar a ordem judicial em duas ocasiões. Nesse sentido, Moreno argumentou
que sua condição física o impedia de fazer viagens frequentes do Paraguai ao Equador.
Pelo menos 37 cidadãos são acusados ​​de suborno num processo de corrupção em que o
Ministério Público estima que a empresa chinesa Sinohydro pagou cerca de 76 milhões de
dólares em propinas para a construção da usina da Coca Codo Sinclair.
O escândalo político estourou em 2019, quando jornalistas do La Fuente publicaram
informações envolvendo um irmão de Moreno com uma luxuosa propriedade em Alicante
(Espanha) e também com contas em paraísos fiscais, a partir dos quais foram realizadas
operações de triangulação financeira.
Esses dados revelaram supostas irregularidades que vinculavam Moreno à INA Investment,
empresa offshore que a Procuradoria do Equador começou a investigar.
Moreno afirma ter sido vítima de um complô político contra ele e nega ter qualquer relação
com os mecanismos pelos quais foi financiada a construção da Coca Codo Sinclar.

No Equador, porém, Moreno é lembrado como um político de extrema-direita que traiu o
movimento Revolução Cidadã, que patrocinou sua candidatura.
Uma vez no poder, ele implementou políticas neoliberais que favoreceram as elites
financeiras, reprimiu duramente os povos indígenas e os trabalhadores e descaradamente se
aliou à agenda dos EUA.
Como consequência disso, Moreno retirou o asilo político do fundador do WikiLeaks, Julian
Assange, e permitiu sua captura na embaixada do Equador em Londres.

 

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