Claudine Gay foi levada a se demitir após acusações de antissemitismo
Claudine Gay renunciou ao cargo de presidente da Universidade de Harvard na terça-feira, em meio a acusações de plágio e críticas relacionadas às suas respostas durante uma audiência parlamentar sobre o combate ao antissemitismo nas universidades dos Estados Unidos. Em editorial publicado pelo New York Times, Gay admitiu ter cometido erros, mas afirmou que foi alvo de contínuas difamações, em um contexto marcado pelo conflito entre Israel e o Hamas, segundo reportagem do Le Monde.
O tumulto nas universidades americanas aumentou desde o ataque do Hamas em Israel em 7 de outubro, seguido por intensos bombardeios israelenses na Faixa de Gaza. Em 5 de dezembro, em uma audiência parlamentar tensa, Claudine Gay e seus colegas da Universidade da Pensilvânia e do Instituto de Tecnologia de Massachusetts responderam a perguntas por cinco horas. A resposta de Gay a uma pergunta sobre o genocídio judeu violar o regulamento de assédio em Harvard gerou polêmica, levando à sua renúncia.
Em um editorial intitulado “O que aconteceu em Harvard está além de mim”, Claudine Gay reconheceu seus erros, especialmente em relação às ações do Hamas, mas afirmou ter caído em uma armadilha durante a audiência no Congresso. Após mais de setenta parlamentares, incluindo dois democratas, exigirem sua renúncia, ela manteve o apoio da comunidade educacional em meados de dezembro, mas decidiu deixar o cargo em janeiro.
Gay alertou que a campanha contra ela reflete uma guerra mais ampla visando minar a confiança pública nos pilares da sociedade americana. Ela, a primeira presidente negra de Harvard, mencionou também ter recebido mensagens racistas, apontando para a sua escolha como líder de uma instituição renomada. Após a audiência, sua carreira acadêmica foi escrutinada, revelando casos de plágio em sua tese de doutorado de 1997. Ela reconheceu erros de atribuição, mas negou distorções e apropriação indevida de pesquisas alheias.
Por Brasil 247