Regina Tchelly criou o projeto “Favela Orgânica” em 2011, com a missão de reaproveitar alimentos e minimizar o desperdício. Foram seis anos até que as receitas virassem um livro.
No Morro da Babilônia, localizado próximo ao Chapéu Mangueira na Zona Sul do Rio de Janeiro. É neste lugar que vive Regina Tchelly, uma ex-doméstica que, em 2011, criou o projeto “Favela Orgânica” para evitar o desperdício com receitas não convencionais, feitas a partir do aproveitamento total de verduras, legumes e também do uso de plantas alimentícias não convencionais.
“Dou a solução para aqueles alimentos que estão disponíveis”, declara Regina.
Foram seis anos até que as receitas virassem um livro, que ganhou o Jabuti, um dos maiores prêmios da literatura brasileira, na categoria Economia Criativa.
“Que todo mundo possa ter o seu direito de comer”, destaca ela.
O caderno de receitas de Regina é bastante original, contendo pratos de origem vegetal, como um cachorro-quente de cenoura e uma salada crocante de chuchu.
Com esse trabalho, Regina reúne 160 mulheres para redescobrir o alimento. Um trabalho voluntário de nutrição registrou a mudança:
“99% desses pacientes que chegam para a gente, tanto da Babilônia quanto do Chapéu Mangueira, têm hipertensão, obesidade, diabetes, colesterol alto. Eles sempre olhavam para os alimentos como se fossem restos, lixos, ‘eu não como isso’”, relata Daiane Peixoto, nutricionista da USP.