ESTUDANTES EM IRAJÁ, NA ZONA NORTE DO RIO, ABANDONAM A SALA DE AULA POR CONTA DO CALOR

Alunos da Escola Municipal Rosa Bettiato Záttera sofreram tanto com o calor e a falta de ar-condicionado nas salas da unidade que encerraram as atividades mais cedo. Estudante de outras unidades também reclamaram da falta de climatização.

A forte onda de calor no Rio de Janeiro vem prejudicando a vida dos alunos do município que estudam em colégios que não contam com aparelhos de ar-condicionado em suas salas de aula. Na Escola Municipal Rosa Bettiato Záttera, em Irajá, na Zona Norte do Rio, a situação foi tão crítica que os alunos precisaram deixar a sala de aula por conta do forte calor.

“Minha filha chega suada, cansada. Porque com esse calor não é fácil. Tá difícil estudar”, disse Aldemaro Santos, pai de uma aluna.

Segundo a mãe de outra aluna, enquanto os estudantes sofrem com o calor as salas da direção e dos professores contam com aparelhos de ar-condicionado.

“Estamos no final do ano, com esse calor absurdo e só tem ar na sala dos professores e da direção”, disse a responsável.

Estudante do Rio reclamam da falta de climatização nas salas de aula. — Foto: Reprodução TV Globo

A situação se repete em outras unidades da rede de educação do município. A equipe da TV Globo esteve na Escola Grécia, na Vila da Penha, também na Zona Norte, onde os alunos também reclamaram da falta de climatização nas salas.

Já na Escola Municipal José de Alencar, em Laranjeiras, na Zona Sul, o vereador Paulo Pinheiro (Psol), presidente da Comissão de Saúde da Câmara, disse que os equipamentos de ar nunca funcionaram.

Especialistas alertam sobre hidratação

O pediatra Daniel Becker alerta para a necessidade de as escolas ficarem atentas ao calor, principalmente em dias de temperaturas muito altas.

“Toda escola no Rio de Janeiro, ou em cidades quentes em geral, deveriam ter ar-condicionado. Se não tem é um problema. Isso é uma política pública que a gente precisa levar a frente, inclusive nas escolas públicas e privadas”, comentou Becker.

“Se não há, tem que ventilar ao máximo. Abrir bem as janelas, fazer o ar circular. E especialmente, tem que hidratar a criança. Geralmente, eles não pedem água e tem que hidratar de hora em hora. Então tem que ter água dentro das salas”, alertou o pediatra.

O especialista em análise de risco, Moacyr Duarte, aconselha as escolas a adotarem protocolos específicos para dias quentes.

“Observar a temperatura nas escolas, os níveis de insolação que elas recebem e as condições para se ter aula. Manter o nível mínimo de hidratação, regular as atividades de educação física, de forma compatível, e prestar atenção nas crianças que eventualmente tenham necessidades especiais, como doenças respiratórias e outras, onde o calor pode afetar o equilíbrio geral do corpo”, explicou Duarte.

O que diz a Prefeitura do Rio

Em nota, a Secretaria Municipal de Educação do Rio informou que está investindo na ampliação da climatização e que 90% das escolas estão climatizadas.

Segundo o órgão, mais de mil aparelhos de ar-condicionado foram comprados e estão sendo entregues.

Sobre as escolas citadas na reportagem, a secretaria respondeu que elas têm problemas elétricos antigos e que vão receber um investimento maior da prefeitura.

Por Bette Lucchese, TV Globo

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