ESPECIALISTAS TRAZEM DICAS E TEMAS MAIS RECORRENTES EM CADA ÁREA DO ENEM

Falta menos de um mês para o primeiro dia de prova

Falta menos de um mês para o primeiro domingo do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2024, o principal vestibular do Brasil e principal porta de entrada para universidades. No dia 3 de novembro, serão realizadas as avaliações de Linguagens e Ciências Humanas, além da Redação. Já no segundo domingo, dia 10, os estudantes testarão seus conhecimentos em Matemática e Ciências da Natureza. Para ajudar a guiar os vestibulandos nessa tão importante reta final, O DIA consultou especialistas das quatro áreas do conhecimento, que trouxeram dicas valiosas e destacaram os temas que exigem maior atenção.

Fernanda Erculano, coordenadora de Matemática do Pensi, falou sobre a avaliação da disciplina no Enem. Para ela, a preparação para a prova exige planejamento e estratégia. ”O imprescindível é conhecer o formato da prova, por isso é de extrema importância resolver as provas anteriores”, afirma.

Fernanda Erculano, professora e coordenadora de Matemática do PensiDivulgação

A prova de Matemática do Enem abrange várias áreas, como álgebra, geometria, estatística e probabilidade. O candidato precisa estar familiarizado com o estilo das questões e como cada assunto costuma ser cobrado. Fernanda destacou alguns pontos importantes para a revisão nessa reta final: razões e proporções, matemática financeira, geometria plana e espacial, funções e estatística.

Ela também lembrou a importância da gestão do tempo. ”O estudante deve praticar resolver questões dentro de um tempo limite. Isso ajudará a melhorar sua velocidade e administrar melhor o tempo no dia da prova. Outro ponto crucial: muitas questões do Enem envolvem leitura cuidadosa. É importante interpretar bem os enunciados para evitar erros por falta de atenção,” conclui. 

Sobre a prova de Ciências da Natureza, o professor de Biologia do Ceat Alexandre Castro, contou que as 45 questões presentes são dividas em quinze para cada uma das disciplinas que compõem essa área do conhecimento: Física, Química e Biologia. 

Alexandre Castro, professor de Biologia do CeatReprodução

Castro afirma que muitas questões são interdisciplinares. ”Fenômenos biológicos envolvem Física e Química, na célula, no ser vivo. Muitas das vezes um candidato resolve questões lembrando-se de conteúdos estudados nas aulas de Química e um outro candidato, nas de Biologia. Por exemplo, na fisiologia humana, o conhecimento mais detalhado sobre as trocas gasosas na respiração humana exige noções de química sobre as funções inorgânicas, pH e equilíbrio das reações”, explica.

Ele diz que são comuns questões que contextualizam temas atuais, como novidades tecnológicas, soluções para problemas ambientais, inovações na área de saúde, apresentação de experimentos científicos clássicos dentre outros. Tem sido cada vez mais frequente questões de Biotecnologia com ênfase em conceitos da Engenharia Genética: vacinas gênicas, clonagem, transgenia, etc.

Outro ponto de destaque é para a repetição dos assuntos cobrados. ”O candidato que estudou refazendo provas anteriores percebeu que muitos temas se repetem. Por exemplo, com relação ao tema Bioenergética, é possível que seja cobrado conhecimento sobre fermentação alcoólica, lática e respiração aeróbia. Ecologia é o assunto mais cobrado no Enem. Muitos tópicos são de fácil compreensão e perpassam por outros temas da Biologia ao longo do Ensino Médio com por exemplo, as relações ecológicas e o papel dos organismos produtores. Ciclos biogeoquímicos é outro exemplo de assunto da ecologia que a interdisciplinaridade com a química fica bem evidente. O ciclo do nitrogênio requer uma atenção maior pela complexidade e tem sido abordado frequentemente nas provas”, afirma.

Por fim, o professor também destaca botânica, citologia, evolução e genética como temas que podem ser cobrados.

Thiago Braga, gestor da área de Redação do Colégio pH, listou os assuntos mais importantes e mais cobrados na prova de Linguagens do Enem.

Thiago Braga, gestor de área de Redação do Colégio pHASCOM pH

– Gêneros Textuais;

– Funções da Linguagem;

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– Variações linguísticas;

– Literatura contemporânea;

– Leitura e análise textual;

– Estratégias argumentativas;

– Níveis de Linguagem;

– Arte modernista brasileira;

– Questões gerais sobre artes.

”Os alunos geralmente perdem mais pontos em questões de leitura e análise textual, principalmente quando os textos são literários e organizados em verso. Quando se deparar com um poema, o aluno deve redobrar a atenção, já que, segundo os dados disponibilizados pelo Inep, as questões com esses textos possuem um desempenho bem menor do as outras questões”, sugere Thiago.

Para as questões de artes plásticas, que também possuem desempenho baixo, a dica é que o aluno observe os elementos que se destacam na obra em questão, atentos a aspectos como cor e proporção. Isso vai auxiliar no entendimento do sentido da obra.

O DIA conversou com Igor Aleixo, gestor de Ciências Humanas e professor de Geografia do Colégio pH, sobre as particularidades da prova. “São 45 questões que mesclam Geografia, História, Filosofia e Sociologia. O exame combina conhecimento de conteúdo com interpretação textual, utilizando textos-base longos, com um vocabulário mais acadêmico ou jornalístico”, explica.

Ele alerta que o tempo é um grande desafio: “Uma estratégia válida é praticar com simulações que reproduzam o mesmo número de questões e o tempo disponíveis no primeiro dia de prova. Controlar o tempo é fundamental para uma boa pontuação.” Além disso, Aleixo destaca que é importante focar nas questões mais fáceis devido à Teoria de Resposta ao Item (TRI), que atribui maior peso às questões acertadas por mais candidatos.

Entre os temas mais recorrentes e que merecem maior atenção na reta final, Igor Aleixo cita meio ambiente e sustentabilidade, movimentos sociais, globalização, urbanização brasileira, ética e política, Era Vargas e Ditadura Militar.

”No geral, trata-se de uma prova que exige leitura e interpretação, sem deixar de lado o conhecimento acadêmico e o repertório sociocultural adquiridos ao longo da vida,” diz.

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