Com crescente expansão nas escolas públicas do Estado do Rio de Janeiro, a modalidade de ensino intercultural é sucesso na Baixada Fluminense, onde conta com colégios em oito municípios. Nessas unidades, além das disciplinas da Base Nacional Comum Curricular, os estudantes aprendem o idioma, a cultura, a geografia, a história, bem como o estilo de vida dos nativos dos países parceiros, entre diversos outros aspectos que compõem essas sociedades, tudo em horário integral, atendendo mais de 2 mil estudantes.
Em Belford Roxo, a rede conta com a Intercultural Brasil-Rússia. Já em Duque de Caxias, são três: Brasil-Turquia, Brasil-China e Brasil-México. Em Itaguaí, a rede possui a Intercultural Brasil-Japão, que acompanha a grande comunidade nipônica do município. Enquanto isso, em Japeri, a Seeduc mantém a Brasil-Argentina, em Magé, a Brasil-Chile, em Mesquita, a Brasil-França, e em Nilópolis a rede conta com mais uma intercultural, a Brasil-Argentina. Fechando o grupo, o município de Nova Iguaçu possui cinco colégios interculturais: Brasil-Uruguai, Brasil-Peru, Brasil-EUA e duas unidades Brasil-Suécia.
Para Luiz Otávio, 17 anos, que está concluindo o Ensino Médio no Ciep 218 – Ministro Hermes Lima (Brasil-Turquia), em Duque de Caxias, a experiência de viver uma segunda cultura é fascinante.
— Todos os anos que passei aqui foram muito bons. Nesse tempo tivemos feiras literárias, ensinamento da cultura turca, festivais, projetos e atividades extracurriculares. Aprender sobre outras línguas e culturas é muito enriquecedor. Os professores sabem bem como aplicar a metodologia. Estudar no Brasil-Turquia é maravilhoso — afirmou o estudante da 3ª série do Ensino Médio.
Novas unidades criadas em 2025
Somente este ano, a rede abriu cinco novas interculturais, ofertando 560 novas vagas de horário integral para estudantes dos municípios de Carmo (Brasil-Espanha), Conceição de Macabu (Brasil-Espanha), Niterói (Brasil-Itália), Nova Iguaçu (Brasil-Peru) e Valença (Brasil-África do Sul). Além dessas unidades, o Governo criou mais uma turma no já existente Brasil-Chile, em Magé.
O sucesso entre os jovens e as ótimas notas em avaliações foi o motivo que levou a Seeduc a expandir a modalidade que passou de oito escolas em 2014, quando iniciada, para as atuais 32 unidades.
Atualmente, mais de cinco mil alunos são atendidos pelas interculturais em 17 municípios, fruto da parceria do Governo do Estado com 19 países que, além dos já citados, incluem ainda Alemanha, Colômbia, Índia e Paraguai.
Apesar do foco no Ensino Médio, algumas unidades também oferecem o Ensino Fundamental, como é o caso da Brasil-África do Sul (Colégio Estadual Coronel Benjamin Guimarães), em Valença, no Sul Fluminense, uma das cinco novas criadas em 2025. Os jovens estudantes da 6ª série, ambos de 11 anos, já sabem a importância do aprendizado do inglês, um dos idiomas oficiais do país.
— Eu estou aqui para me dedicar e aprender a cultura da África do Sul e o idioma inglês. Essa escola é perfeita, é magnífica. Quero ser um aluno exemplar — disse Kauan dos Santos, que tem a sua opinião seguida pelos colegas de escola.
— Essa escola está abrindo novas oportunidades para mim, para quando eu crescer. Cada dia a gente aprende algo novo, incluindo o inglês — afirmou Heitor Zampirolli, outro aluno da turma.