A medida deixa a Hungria como o último obstáculo para a aprovação do pedido de Estocolmo para aderir ao bloco militar liderado pelos EUA
247 – O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, ratificou formalmente a proposta da Suécia de aderir à aliança da OTAN, finalizando a decisão após meses de disputas políticas sobre a posição do Estado nórdico em relação aos grupos militantes curdos considerados terroristas por Ancara, informao RT.
Num decreto presidencial publicado na quinta-feira (25), Erdogan assinou uma decisão anterior do parlamento turco de aprovar a candidatura da Suécia, cerca de 20 meses após a candidatura inicial do país. O documento final de adesão será agora enviado a Washington para revisão, conforme exigido pelos regulamentos do bloco.
O primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson, saudou a decisão numa publicação nas redes sociais, dizendo que representava um “marco fundamental” para “o caminho da Suécia rumo à adesão à OTAN”. No seu próprio post, o Ministro dos Negócios Estrangeiros, Tobias Billstrom, observou que “só falta a ratificação da Hungria antes que a Suécia possa tornar-se membro da OTAN”.
Ancara citou uma série de reservas relativamente ao esforço de Estocolmo para aderir ao bloco, argumentando que a Suécia estava a abrigar membros de grupos armados curdos designados como terroristas pela lei turca. No entanto, após meses de negociações, o legislador turco Fuat Oktay disse que a Suécia reformou os seus estatutos anti-terrorismo, reprimiu as actividades financeiras de alguns grupos, condenou um suspeito de terrorismo e extraditou outro. As restrições anteriores à venda de armas à Turquia também foram reduzidas, abrindo caminho à ratificação.
Erdogan também relacionou a questão ao pedido do seu país de 40 novos caças F-16 dos Estados Unidos, que também foi resolvido, com autoridades dos EUA dizendo anteriormente que esperam que a venda de armas receba luz verde logo após Ancara ratificar a oferta da Suécia à OTAN.
Com a aprovação da Turquia, a Hungria é agora o último Estado-Membro que ainda não assinou a expansão da aliança militar liderada pelos EUA. Embora Budapeste tenha finalmente aceitado o pedido da Finlândia para aderir à OTAN no ano passado, após vários atrasos nas votações, não está claro quando poderá ratificar o esforço da Suécia. No início desta semana, o primeiro-ministro Viktor Orban disse que o governo está aberto a esta medida, embora o parlamento do país ainda não tenha agendado uma votação de ratificação da sua agenda.
Ambos os países escandinavos abandonaram as suas políticas de não-alinhamento de longa data depois de Moscovo ter lançado a sua operação militar na Ucrânia no início de 2022, citando-a como uma ameaça à sua segurança. Quando a Finlândia aderiu oficialmente ao bloco em Abril de 2023, a OTAN duplicou a extensão da sua fronteira com a Rússia.
Moscou afirmou que não tinha qualquer problema com nenhum dos países até então, mas teria de reagir se estes aderissem à OTAN. A Rússia insistiu que a expansão do bloco para leste – que começou em 1999 – é uma ameaça à segurança nacional russa e uma das causas profundas do conflito na Ucrânia.