Professor Eder Rodrigues
Foi nas revistinhas de histórias em quadrinhos que aprendi a ler e a chegar aos livros, aí, por volta dos quatro anos de idade – encantamento que me envolve até hoje!…
Numa época (década de 1950) em que violenta repressão de pais, educadores e intelectuais se abatia sobre os gibis, tive a felicidade de ser abastecido deles por um Papai surpreendentemente liberal nisso.
Percebeu o não muito letrado João Barbeiro a maravilhosa evolução de seu filho para as fontes escritas de conhecimento, procurando garantir-lhe os gibis, como forma da preparação de “grandioso” futuro para seu piá.
E acertou em cheio! Obrigado, quadrinhos! Obrigado, Papai: Essa “grandeza” revelou-se, para mim, no amor aos livros(e às revistinhas, claro!), que não me deram riquezas materiais, mas esta vida de que me envaideço!
Dispenso-me de tentar mostrar a importância de ler quadrinhos, pois fiz com meu infante o que meu pai fez comigo – a mesma herança já garantida a meu netinho pelo meu queridíssimo filho.
O quadrinista brasileiro contemporâneo Laerte Coutinho desenhou uma obra prima, publicada na Folha de São Paulo, em três quadrinhos, que mostra toda a magia e importância das HQs. Ei-la:
Alguém explica o que é quadrinho e o que é poesia, riscando o chão, com uma varinha, até o segundo dos três quadros, e dizendo, no fim: “Até aqui, é quadrinho! Daqui em diante, é POESIA!…” Justamente!
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