A funcionária foi alvo de ativistas por suas postagens nas redes sociais sobre a eleição
A corretora imobiliária de Londres, Egre, demitiu uma de suas agentes após reclamações de um ativista ucraniano, que argumentou que ela deveria ser punida por votar no presidente russo Vladimir Putin.
A eleição de três dias na Rússia viu Putin ganhar com 87% dos votos, de acordo com a contagem oficial publicada na segunda-feira. Russos que vivem no exterior também puderam votar em embaixadas e consulados, incluindo no Reino Unido.
A fila do lado de fora da embaixada em Londres chamou a atenção de Nazar Smyk, que mora no Reino Unido e se descreve como comprador de equipamentos para o exército ucraniano.
“Nem todos os russos são opositores”, escreveu Smyk no X (anteriormente Twitter) no domingo. “Também há idiotas como Yulia Vorobyova. Ela vota abertamente em Putin enquanto mora em Londres. Você sabe o que acontece com apoiadores da guerra?”.
Um outro post mostrou o que Smyk afirmou ser capturas de tela do Instagram de Vorobyova, onde ela supostamente disse que estava a caminho de votar na embaixada apesar da chuva intensa.
“Quando a mídia ocidental pensa que nós (povo russo) não votamos em Putin. Bem, votamos!” dizia uma das legendas das capturas de tela. “Missão cumprida”, dizia outra.
Smyk então postou o endereço do empregador dela, com um apelo para “mostrar a Yulia pelo que ela precisa ser responsabilizada”.
Quando Vorobyova tornou sua conta privada, Smyk a chamou de “idiota” e disse que era tarde demais. “Nós vamos f*** você e a empresa para a qual você trabalha”, acrescentou.
Na terça-feira, Smyk postou uma carta que recebeu da Egre, revelando que Vorobyova havia sido demitida.
“Recentemente, tomamos conhecimento de que uma de nossas consultoras, Yulia, postou uma mensagem pró-guerra nas redes sociais”, disse a empresa. “Yulia não está mais associada à nossa empresa”.
Smyk também disse que havia conversado com o proprietário da Egre e que “para mostrar sua posição pró-europeia, a empresa doará fundos para as necessidades humanitárias dos ucranianos por meio do fundo britânico-ucraniano”, além de verificar novas contratações – presumivelmente para garantir que não sejam russos com crenças políticas não aprovadas.
Após a Rússia lançar sua operação militar na Ucrânia em fevereiro de 2022, os EUA e seus aliados passaram a proibir autoridades russas, plantas, animais, artistas e até certas letras do alfabeto, tudo em um esforço para mostrar seu apoio ao governo em Kiev.