Um dos territórios mais tradicionais de cultura negra na região Norte e Noroeste Fluminense, o Quilombo Machadinha, em Quissamã, vai receber neste sábado uma comitiva capitaneada pelo presidente da Embratur, Marcelo Freixo, que levará representantes do BNDES, Ministério da Cultura e da Igualdade Racional para uma reunião com representantes dos 21 municípios do Consórcio Público Municipal de Desenvolvimento do Norte e Noroeste Fluminense para consolidar a Rota Caminhos do Açúcar como destino turístico de destaque nacional, buscando cada vez mais investimentos para a expansão do turismo do Norte e Noroeste Fluminense.
“O Quilombo Machadinha é uma joia da nossa região e que conta muito sobre a nossa história. Nossa ação visa aumentar o desempenho comercial do quilombo e de micro e pequenas empresas do setor de turismo com o uso de ferramentas digitais gratuitas, como Google e TikTok. A meta é ampliar o alcance de produtos e serviços e aumentar a receita dessas pequenas empresas. Essas plataformas digitais são fundamentais porque impactam diretamente o turismo”, explicou Marcelo Freixo, presidente da Embratur.
A presidente do Consórcio e prefeita de Quissamã, Fátima Pacheco, ressalta a importância da região em receber um evento desse porte, que contará também com representantes do Ministério do Turismo, Petrobras, Fecomércio, além de prefeitos e secretários municipais e estaduais de turismo e cultura, reforçando a importância do diálogo interinstitucional para o fortalecimento regional.
“O projeto Caminhos do Açúcar apresenta a valorização do turismo do Norte e Noroeste Fluminense como fonte de desenvolvimento econômico e geração de empregos. Agradecemos ao presidente da Embratur, Marcelo Freixo, e a todos e todas que irão comparecer ao evento. Buscamos expandir cada vez mais esse projeto para atrair turistas de todos os estados do país”, disse Fátima.
O objetivo da Embratur é atrair um número cada vez maior de turistas para o Norte e Noroeste Fluminense. A Rota Caminhos do Açúcar valoriza a história, cultura, patrimônio histórico e o turismo contribuindo para o desenvolvimento socioeconômico e o fortalecimento das identidades locais.
A comunidade da Machadinha é formada pela oitava geração de descendentes de pessoas escravizadas que pertenciam ao Visconde de Ururai e que, após a abolição da escravatura, ali permaneceram.
No início deste século, a Prefeitura de Quissamã restaurou as antigas senzalas, criando o Memorial da Machadinha, que conta a história dos negros que vieram de Kissama, na África, para as plantações de cana de açúcar no Brasil; a Casa das Artes, onde antes ficava a cavalariça da fazenda, hoje dá lugar um restaurante ligado ao projeto Raízes do Sabor, onde acontecem manifestações de danças como o Fado, Jongo e o Boi Malhadinho, típicas da época da escravidão.
Em 2009, as famílias que ainda viviam na Comunidade da Machadinha tiveram reconhecida a propriedade definitiva das terras e dos imóveis, sendo certificada comunidade quilombola pelo Ministério da Cultura, através da Fundação Palmares.
“A iniciativa da Embratur visa capacitar iniciativas de turismo assim, de base comunitária, que ofereçam experiências essencialmente ligadas à cultura brasileira. E a Rota Caminhos do Açúcar, o Quilombo Machadinha, assim como o Quilombo do Grotão, em Niterói, foram escolhidos justamente por esta importância, ao lado de destinos como Lençóis Maranhenses, Belém do Pará, Pantanal, Cânions de Santa Catarina e Foz do Iguaçu”, completou Marcelo Freixo.