“Começaram a baixar a taxa de juros só em agosto”, apontou Haddad sobre o Banco Central, mas ponderando que “temos que trabalhar com o contexto político que temos”
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), fez um balanço detalhado neste sábado (9) durante a Conferência Eleitoral de 2024 do Partido dos Trabalhadores (PT) em Brasília. Haddad destacou os desafios enfrentados pelo governo Lula em 2023, principalmente no que diz respeito à resistência no Congresso em relação à aprovação de medidas cruciais de ajuste fiscal e aumento da arrecadação.
Em um discurso franco, Haddad reconheceu a ausência de uma base progressista no Congresso Nacional, relata o jornal O Globo. Ele ressaltou a importância de trabalhar dentro do contexto político atual, respeitando as dinâmicas e as diferentes perspectivas presentes no Legislativo. O ministro também não poupou a diretoria do Banco Central, descrevendo-a como “durona”. “Nós não temos uma base progressista no Congresso. Não estou falando mal ou bem, é um fato. Não temos um diretoria mais arejada no Banco Central, é uma diretoria muito durona. Começaram a baixar a taxa de juros só em agosto. E nós temos que trabalhar com o contexto político que temos”, declarou.
No que diz respeito aos esforços para alcançar a meta de déficit zero no próximo ano, Haddad detalhou os projetos do governo. A taxação de fundos de super-ricos já foi aprovada, mas o aumento da tributação de grandes empresas que possuem incentivos no ICMS ainda está em andamento, enfrentando desafios no Congresso.
Um dos pontos mais enfatizados pelo ministro foi a crítica aos chamados “jabutis”, temas alheios aos projetos originalmente acordados pelo governo, inseridos pelos parlamentares. Haddad destacou que esses jabutis representam privilégios fiscais concedidos a determinados setores econômicos ou grandes empresas. “O Congresso tem muita resistência a essa agenda de eliminar jabutis”, avaliou.