Levantamento do Mapbiomas aponta que territórios estão entre as áreas mais conservadas do país
Estudo conduzido pelo Mapbiomas que compila informações sobre a degradação da vegetação nativa desde 1985 a 2022 mostrou que as Terras Indígenas (TIs) no Brasil destacam-se como zonas de preservação exemplar. Segundo a pesquisa, durante esse intervalo, as TIs sofreram uma diminuição inferior a 1% de sua cobertura vegetal, em contraste com a taxa de 17% registrada nas propriedades privadas. As TIs, que ocupam 13% do território nacional, contêm cerca de 112 milhões de hectares (19% do total) da vegetação nativa do Brasil, segundo reportagem do g1.
O estudo identifica as Terras Indígenas como uma das categorias fundiárias mais bem conservadas, com menos de 1 milhão de hectares desmatados ao longo desse período. De 1985 a 2022, as Terras Indígenas preservaram mais de 99% de sua vegetação nativa, contrastando de maneira marcante com as áreas privadas, que sofreram perdas de 17%.
O levantamento também aponta para um período mais recente e desafiador. Entre 2019 e 2021, nos primeiros três anos da gestão do governo Bolsonaro, houve um aumento significativo das ameaças enfrentadas pelas Terras Indígenas, conforme relatório divulgado no início do ano. Nesse período, seis das dez terras com o maior aumento no desmatamento eram ocupadas por povos isolados, como as Terras Indígenas Ituna/Itatá, Kayapó e Munduruku no Pará, Yanomami em Roraima e Amazonas, além de Piripkura e Parque do Xingu em Mato Grosso. O Ipam analisou todas as 332 Terras Indígenas do bioma amazônico, incluindo 44 com povos isolados.
O estudo do Mapbiomas, divulgado recentemente, apontou que o Brasil perdeu cerca de 96 milhões de hectares de vegetação nativa no período de 1985 a 2022. Imagens de satélite revelam uma preocupante tendência: há 38 anos, o Brasil mantinha 75% de sua cobertura vegetal original, porém, em 2022, esse valor caiu para 64%, correspondendo a aproximadamente 2,5 vezes o tamanho da Alemanha. A Amazônia, em particular, sofreu uma diminuição drástica de 13% em sua cobertura vegetal nesse período, equivalente a uma perda de 52 milhões de hectares, quase o tamanho da França.
Por 247