Valor gasto seria suficiente para comprar 31 novos ônibus articulados do BRT ou construir oito escolas.
A Prefeitura do Rio gastou R$ 98 milhões, entre janeiro de 2022 e outubro de 2023, para realizar reparos e ações para inibir vandalismo. O valor gasto seria suficiente para comprar 31 novos ônibus articulados do BRT ou construir oito escolas.
O RJ1 acompanhou uma semana dos trabalhos que são feitos para evitar os estragos e também reuniu flagrantes de destruição.
Todos os meses, a Comlurb precisa substituir, em média, mil papeleiras de lixo. Os recipientes são quebrados e retirados das ruas com frequência. O prejuízo com as papeleiras foi de mais de R$ 1,5 milhão em 2023.
“Além desse prejuízo, a gente tem obviamente todos os outros gastos. A gente precisa instalar. Então a gente tem van, equipamento, combustível, hora do gari para fazer isso, além dos outros prejuízos intangíveis. Porque, quando não tem a papeleira, o lixo vai pro chão e acaba indo pro ralo numa noite de chuva, numa tarde de chuva e traz os transtornos pra cidade” disse Flávio Lopes, presidente da Comlurb.
A companhia também retirou mais de 15 mil pichações do ano passado até o fim de 2023.
Na região metropolitana, o vandalismo custou mais de R$ 220 milhões desde o ano passado, de acordo com reportagem do jornal O Globo.
Os ataques também apagam a história. Um levantamento do SOS Patrimônio concluiu que 90% dos 2.400 monumentos e chafarizes da cidade estão com alguma parte faltando. Por causa dos ataques frequentes, agentes da prefeitura passaram a monitorar alguns deles com câmeras 24 horas por dia.
Dados do Instituto de Segurança Pública (ISP) revelam que, em 2022 e no primeiro semestre de 2023, foram registrados mais de 1.400 casos de dano ao patrimônio público no estado. Quando são detidos, os autores são enquadrados nos crimes de dano ou furto.
A prefeitura do Rio começou a instalar aparelhos de GPS em peças de metal colocadas em áreas públicas. Os agentes monitoram em tempo real a localização diretamente do Centro de Operações. Pelo mapa, é possível acompanhar o caminho do material e descobrir quem são os receptadores.
Por Lucas Soares, Guilherme Peixoto, RJ1