Consumo das famílias e investimentos impulsionaram o crescimento do PIB no período
A economia brasileira manteve seu ritmo de crescimento no terceiro trimestre de 2024, com o Produto Interno Bruto (PIB) registrando um avanço de 0,9% em relação ao segundo trimestre, conforme dados divulgados nesta terça-feira (3) pelo IBGE. O desempenho positivo foi impulsionado pelo aumento do consumo das famílias e pelos investimentos, refletindo uma continuidade no crescimento da atividade econômica.
O resultado ficou dentro das expectativas do mercado, que projetava uma alta de 0,8%, segundo uma pesquisa do jornal Valor. Segundo o jornal O Globo, essa performance reforça as estimativas de um crescimento do PIB acima de 3% em 2024, conforme apontado por analistas e pelo Boletim Focus, pesquisa realizada pelo Banco Central.
O consumo das famílias, que segue como principal motor da economia brasileira, sustentou o crescimento, assim como os serviços e a indústria, responsáveis por grande parte da oferta do produto. Apesar de o ritmo de expansão do terceiro trimestre ter sido um pouco mais modesto em relação ao período anterior, o crescimento ainda superou as previsões mais conservadoras, que indicavam uma desaceleração significativa.
Segundo a economista Silvia Matos, coordenadora do Boletim Macro do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), o crescimento além das expectativas pode ser atribuído à continuidade do impulso dado pelos mesmos fatores que impulsionaram a economia nos trimestres anteriores: a forte recuperação do mercado de trabalho, com taxas de desemprego em níveis históricos baixos, o avanço do crédito e os pagamentos do Bolsa Família e programas sociais atrelados ao salário mínimo, que ganharam reajustes reais.
Apesar do cenário positivo, Silvia alerta para sinais de aquecimento excessivo na economia, como a inflação pressionada. Em um cenário externo de incertezas, com a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos, o aquecimento da economia pode exigir aumentos nas taxas de juros, o que poderia gerar um impacto mais forte e até uma desaceleração mais intensa no futuro. “É positivo o PIB (em ritmo maior de alta), mas é aquela coisa, o custo já apareceu, não veio de graça, não tem almoço grátis”, afirmou.
Por Brasil 247