Elaborada pela Aliança Brasileira pela Cultura Oceânica, publicação busca nortear as cidades no caminho da sustentabilidade relacionada ao oceano
O e-book Oceano Sem Mistérios – Construindo Cidades Azuis foi lançado na última segunda-feira (11) durante o painel “Cidades, portos e conservação: esforço integrado para cidades resilientes e adaptadas às mudanças climáticas” da COP 28, que ocorreu em Dubai. O tema em destaque era a relação das cidades com a sustentabilidade do oceano e reuniu representantes do Governo Federal, de governos subnacionais, do setor privado e da sociedade civil.
O material apresenta soluções para tornar as cidades mais azuis em temas como educação, economia, turismo, resiliência climática, água e saneamento, saúde e conservação dos ecossistemas. Elaborado pela Aliança Brasileira pela Cultura Oceânica e coordenado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e UNESCO, a publicação também contou com a parceria da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza e o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
O conceito de “cidade azul” se refere à sustentabilidade ambiental, social, econômica, cultural e também à governança dos municípios, integrando políticas públicas, ações de cidadania e instituições conectadas com o oceano. “Sem um oceano saudável, resiliente e sustentável, não seremos bem sucedidos na missão de evitar o agravamento do quadro atual. Nesse sentido, cada ambiente marinho importa e precisa ser cuidado e preservado”, afirma Janaína Bumbeer, gerente de projetos da Fundação Grupo Boticário.
Segundo Ronaldo Christofoletti, professor do Instituto do Mar da Unifesp, e membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza (RECN), o documento contou também com a contribuição de representantes de municípios de todas as regiões do país, incluindo sugestões para ações práticas em diversas áreas e projetos de referência para inspirar as cidades brasileiras a serem mais azuis.
“Os eventos extremos que ocorreram ao longo deste ano mostraram que precisamos agir fortemente para a adaptação às mudanças climáticas. A conservação e o uso sustentável do oceano são estratégias fundamentais para enfrentarmos esse grande desafio. O mais interessante é pensar que todas as cidades podem ser mais azuis, independentemente da distância em relação ao litoral”
POR JÚLIA MENDES – ECO