O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB-MA), ironizou a suspeita de que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tenha se beneficiado por possíveis três inserções falsas de dados no sistema do ministério da Saúde.
“Se houver essa multiplicidade no fim, três já pede música”, debochou Dino, fazendo alusão à tradição do ‘Fantástico’, de deixar que um atleta que fizer três gols em uma partida de futebol no domingo possa escolher uma trilha sonora para seus feitos.
Em seguida, o diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, informou que a investigação partiu de outro processo que não tem relação com os casos de vacinação.”Essa investigação teve origem a partir da quebra de sigilo de um outro processo sobre a relatoria do ministro Alexandre de Moraes que não guardava relação com isso. A partir de acesso à nuvens da conversas, se identificou essa possível fraude”, comentou Andrei.
Em seguida, ele destacou que a Controladoria-Geral da União informou aos agentes federais que, “além destes casos do Rio de Janeiro”, havia outro caso de uma vacinação possivelmente irregular em São Paulo.
Em 19 de julho de 2021, passou a constar no sistema da Prefeitura de São Paulo uma aplicação da vacina Janssen em Bolsonaro. O governo do município registrou um boletim de ocorrência para apurar a inserção destes dados.
Duas aplicações da Pfizer em Duque de Caxias, no interior do Rio de Janeiro, foram colocadas no sistema do Ministério da Saúde dias antes de o ex-presidente e sua filha, Laura Bolsonaro, terem embarcado para os Estados Unidos. As informações foram apagadas dias depois, após a emissão de comprovantes de vacinação.
A Operação Venire, efetuada pela Polícia Federal nessa quarta-feira (3/5), realizou 16 mandatos de busca e apreensão em imóveis em diferentes lugares do Brasil. Um dos pontos visitados foi a residência de Jair Bolsonaro. Seis pessoas foram presas, entre elas assessores de Bolsonaro do período em que ele estava na presidência.
Por-CB