Hoje, 21 de março, faz 65 anos do massacre em Sharpeville na cidade de Johanesburgo. Um protesto que aconteceu sobre a lei do passe que obrigava os negros da África do Sul usarem cadernetas na qual anotavam o trajeto que poderiam fazer e os locais que deveriam ir. Os membros do Congresso Pan-Africanismo (dissidência do congresso nacional africano), com o objetivo de combater o apartheid, defender a África para os africanos, promover ações de guerrilha. Na ação de desagrado foram um total de 69 pessoas entre militantes e adeptos que a guarda do governo que implementava com vigor o apartheid assassinou. A segregação perdurou de 1948 a 1994 em um processo que Nelson Mandela virou presidente do país com uma população majoritariamente negra. A ONU – Organização das Nações Unidas instituiu a data em memória do massacre ocorrido. O combate pela discriminação, exclusão ou preferência baseada na etnia, cor ou ascendência está na declaração universal das Nações Unidas. A ONU desenvolve programas em parcerias com organizações públicas e ou privadas para conscientizar a população, propor ao poder legislativo em criar leis no sentido de coibir práticas discriminatórias, investir em mulheres negras na busca de aumentar a possibilidade de garantir um futuro melhor para elas e seus filhos. No processo de transformação a sociedade tem que exercitar práticas progressistas na tentativa de consolidar uma sociedade justa e equânime.
No Brasil a lei federal 7716, criminaliza racialmente ações discriminatórias ou preconceito de raça, cor, etnia e religião. Outra lei criada pelo governo central com o número 14519/23, instituiu o dia das Tradições das Raízes de Matrizes Africanas e Nações do Candomblé. A injúria racial passou a ser considerada crime.
Os casos de racismo cresceram nos últimos ano, houve aumento de 31%. A população negra é a que mais sofre homicídios. Os 77,9% das ocorrências são jovens entre 12 e 29 anos, do sexo masculino. O racismo é a principal forma de discriminação nas empresas. Ele está presente nos ambientes corporativos e institucionais. Nas empresas 86% das mulheres negras sofrem discriminação que é a principal forma de desrespeito no local de trabalho.
por Amaury Oliveira