DEPUTADA OCASIO-CORTEZ, DOS EUA, SE REÚNE COM AMORIM NO PLANALTO E DEBATE MEIO AMBIENTE, DESENVOLVIMENTO E EXTREMA DIREITA

Representante de Nova York esteve no Palácio do Planalto na manhã desta segunda com outros congressistas norte-americanos. Grupo também visitará Chile e Colômbia.

 Congressistas do Partido Democrata dos Estados Unidos visitaram o Palácio do Planalto na segunda-feira (14) para uma reunião com Celso Amorim, ex-chanceler e atual assessor especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Faz parte da delegação a deputada norte-americana Alexandria Ocasio-Cortez, conhecida pela defesa dos direitos dos imigrantes e da democracia.

Segundo a própria parlamentar, representante de Nova York, a conversa com Amorim girou em torno de ações para o meio-ambiente, reações às mudanças climáticas, além do desenvolvimento econômico e de parcerias entre os dois países.

Fontes do Planalto apontam que os parlamentares e Celso Amorim também trataram sobre os riscos da extrema direita no mundo, em especial no Brasil e nos Estados Unidos.

Além de Ocasio-Cortez, também estão no Brasil os deputados Joaquín Castro, Greg Casar, Maxwell Frost, Nydia Velázquez, além de Misty Rebik, chefe de gabinete do senador Bernie Sanders, que integra o Partido União pela Liberdade.

A comitiva também deve se reunir com os ministros Anielle Franco (Igualdade Racial) e Fernando Haddad (Fazenda).

Além do Brasil, o grupo também fará visitas ao Chile e Colômbia.

América Latina

Alexandria Ocasio-Cortez, conhecida pela sigla AOC, é uma deputada americana de origem porto-riquenha que, em 2018 se tornou a mais jovem mulher eleita para o Congresso dos EUA. Ela tinha 29 anos na época.

AOC afirmou em um comunicado que “é hora de os EUA reconhecerem sua história de contribuição para a mudança de regime e desestabilização na América Latina”, e que “para redefinir esse relacionamento, devemos assumir a responsabilidade pública total por nosso papel histórico – e demonstrar com nossas ações atuais que não apoiaremos abusos dos direitos humanos.”.

A deputada democrata pediu ao Departamento de Estado dos Estados Unidos para que sejam liberados documentos da inteligência americana relacionados à ditadura militar brasileira.

Ela solicita um relatório do secretário de Estado, Antony Blinken, sobre o envolvimento dos EUA no golpe de 1964 e se tinham conhecimento prévio da possibilidade de os militares tomarem o poder.

A deputada também pede que o eventual documento contenha informações de inteligência entre os anos de 1964 e 1985 sobre o envolvimento dos militares brasileiros em assassinatos, torturas, desaparecimentos e prisões arbitrárias, bem como sobre a morte de indígenas por violência direta ou negligência. O relatório deve incluir ainda uma análise da parceria militar entre os EUA e o Brasil durante a ditadura, abordando detalhes sobre treinamento, logística e transferência de armas.

Por Ricardo Abreu e Fernanda Rouvenat, GloboNews — Brasília

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