DENÚNCIAS DE ASSÉDIO SEXUAL NAS FORÇAS ARMADAS VÊM À TONA, DIZ LEVANTAMENTO

A grande maioria dos casos de assédio e desrespeito relatados nas Forças Armadas envolve militares do sexo feminino como vítimas

Militares têm enfrentado nos últimos anos uma série de acusações de assédio e importunação sexual dentro de suas unidades espalhadas pelo país. Segundo levantamento da Folha de S. Paulo, os casos envolvem tanto praças quanto oficiais.

A grande maioria dos casos de assédio e desrespeito relatados nas Forças Armadas envolve militares do sexo feminino como vítimas, sofrendo abusos por parte de seus colegas de farda. Essas mulheres relatam uma ampla gama de comportamentos inadequados, que vão desde cantadas inapropriadas e carinhos não autorizados até ataques físicos diretos em ambientes fechados, onde não há testemunhas.

De acordo com informações do Superior Tribunal Militar (STM), foram abertas 56 ações penais relacionadas ao tema desde 2018. Somente no último ano, ocorreram 29 denúncias, equivalendo a uma média de 3 casos a cada 2 meses. Os números não incluem investigações em andamento nas unidades militares nem episódios mantidos em sigilo pelas vítimas.

Segundo a procuradora Najla Nassif Palma, ouvidora da Mulher do Ministério Público Militar, o aumento das denúncias está relacionado à conscientização das mulheres dentro das Forças Armadas e à confiança crescente na seriedade dos processos de investigação. “Acredito que esse aumento se deve à construção de uma relação de confiança com as vítimas, para que elas se sintam confortáveis em levar adiante suas denúncias. É por isso que os números estão aumentando. Será que os casos estão ocorrendo mais frequentemente do que no passado? Na minha percepção, não. Acredito que no passado havia uma realidade oculta que não era revelada”, afirma a procuradora.

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