Em um segundo depoimento, o porteiro acabou voltando atrás em sua versão após ser ameaçado por Moro
Élcio Queiroz, ex-policial militar envolvido no caso do assassinato da ex-vereadora Marielle Franco (Psol-RJ) e do motorista Anderson Gomes, esteve presente no condomínio Vivendas da Barra, onde Jair Bolsonaro possui uma residência, em pelo menos 12 ocasiões entre janeiro e outubro de 2018. O homicídio de Marielle ocorreu em março daquele ano.
Em 2019, o porteiro do condomínio afirmou à Polícia Federal (PF) que Élcio, indo à casa de Bolsonaro, a de número 58, teve sua entrada autorizada por um homem que ele identificou como “seu Jair”. No entanto, Bolsonaro estava em Brasília, participando de uma sessão da Câmara dos Deputados, em 14 de março de 2018, data dos fatos narrados. Bolsonaro tem um filho chamado Jair Renan, que supostamente namorava a filha de Ronnie Lessa.
Após a menção do então presidente pela testemunha, a PF abriu uma investigação. Segundo o termo de declaração fornecido por Bolsonaro, o então afirmou ter feito “insistentes pedidos para o ex-ministro (da Justiça) Sergio Moro solucionar rapidamente o caso”.
Conforme o termo, Bolsonaro também exigiu de Moro um maior empenho na investigação das declarações do porteiro do condomínio de sua residência no Rio de Janeiro. Ele relatou que, na época, ouviu de seu auxiliar que a investigação da PF concluiu que o funcionário havia cometido um equívoco. >>> Depois de ser ameaçado de prisão por Moro, porteiro muda versão sobre caso Marielle
Em um segundo depoimento, o porteiro acabou voltando atrás em sua versão. Ele afirmou que anotou errado no caderno de registros o número da casa para a qual o visitante disse que iria. Em vez de escrever casa 66, onde morava Lessa, anotou erroneamente “58”.
Nesta segunda, a PF e o MP do Rio iniciaram a Operação Élpis, a primeira fase de uma nova investigação sobre os assassinatos de Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, bem como a tentativa de homicídio da assessora Fernanda Chaves, ocorridos no Centro do Rio de Janeiro em março de 2018. Em uma coletiva realizada nesta manhã, o ministro da Justiça, Flávio Dino, revelou informações fornecidas por Élcio Queiroz durante uma delação premiada ocorrida há 15 dias. O delator confessou ter dirigido o veículo usado no ataque e confirmou que Ronnie Lessa efetuou os disparos. Além disso, Élcio Queiroz afirmou que o ex-bombeiro Maxwell Simões Correa, conhecido como Suel, realizou vigilâncias para descobrir a rotina da vereadora.
Por 247