Os advogados de defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) vão pedir, ao Supremo Tribunal Federal (STF), a íntegra das gravações e mensagens obtidas por meio das quebras de sigilo telefônico dos investigados pela Polícia Federal (PF) na trama golpista.
A defesa pretende analisar, de forma minuciosa, o material levantado pela PF na operação que investiga Bolsonaro e aliados no planejamento de um golpe de Estado.
Na terça-feira (26), o ministro Alexandre de Moraes, do STF, retirou o sigilo do relatório da PF sobre a investigação da trama golpista. No entanto, a defesa do ex-presidente quer ter acesso ao material completo, que não consta no documento.
Na última semana, 37 investigados, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro, foram indiciados pela corporação.
As investigações indicam que o grupo planejava matar Moraes, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) para manter Bolsonaro na Presidência.
Papel de Bolsonaro no plano
A apuração da Polícia Federal indica que Bolsonaro tinha “pleno conhecimento” do plano para matar Lula, Moraes e Alckmin.
O relatório final apontou o ex-chefe do Executivo como “líder” do grupo envolvido na trama. A conclusão foi de que Bolsonaro “planejou, atuou e teve o domínio de forma direta e efetiva” nos atos.
O ex-presidente ainda não se pronunciou sobre o relatório final da PF, mas, nesta semana, comentou o caso e negou qualquer envolvimento.
“Ninguém vai dar golpe com general da reserva e mais meia dúzia de oficiais. É um absurdo o que estão falando. Da minha parte, nunca houve discussão de golpe”, disse o Bolsonaro.