A PCDF cumpriu 19 mandados de prisão temporária e 80 de busca e apreensão em vários estados, incluindo o Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul e Alagoas
Um grupo de criminosos envolvido em tráfico interestadual de drogas e lavagem de dinheiro é alvo da operação Chiusura, da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), nesta quinta-feira (28/3).
A investigação revelou que a quadrilha comprava os entorpecentes em regiões de fronteira e utilizava empresas de fachada para movimentar valores milionários. Como parte da ação, foram cumpridos 19 mandados de prisão temporária e 80 de busca e apreensão em vários estados, incluindo o Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul e Alagoas.
No DF, as investigações ocorrem em diversas regiões administrativas, como Planaltina, Sobradinho, Ceilândia, Paranoá, Gama, Guará, Taguatinga e São Sebastião.
Estrutura
As investigações da PCDF revelaram uma rede criminosa altamente sofisticada e organizada, com núcleos operando de forma coordenada. A quadrilha adquiria as drogas em regiões de fronteira, realizava o transporte dos entorpecentes e distribuía as substâncias ilícitas no Distrito Federal e em outros estados. Além disso, eles utilizavam empresas de fachada para ocultar o dinheiro oriundo do tráfico.
No núcleo DF e Goiás, alguns indivíduos da quadrilha haviam sido presos em fases anteriores da operação. As investigações feitas pela 6ªDP e a 31ªDP resultaram na apreensão de grande quantidade de maconha e cocaína. Após essas prisões, os policiais conseguiriam identificar a liderança local a facção.
Os criminosos movimentavam valores milionários por meio de duas empresas localizadas na cidade de Trindade, a Barbosa Transportes, do ramo de cargas, e Flávio Auto Peças, do setor automotivo. Ambas eram controladas por um casal e o filho do marido, um jovem de 21 anos que, mesmo sem experiência na área, chegou a ocupar um cargo de assessor parlamentar na Câmara Municipal de Goiânia em 2023, quando tinha 19.
O núcleo nordeste mantinha associação com um traficante internacional de Campo Grande/MS, que está preso na Bolívia desde 2023. O núcleo Mato Grosso do Sul contava com apoio de familiares do criminoso conhecido como “Especialista”, incluindo um suplente de vereador em Campo Grande. O grupo era informalmente chamado de núcleo Sinaloa, em referência à facção criminosa mexicana.
Apreensão
A operação resultou no sequestro de 17 veículos e 7 imóveis, incluindo uma mansão em um condomínio fechado de Goiás. Além disso, também foram bloqueadas diversas contas bancárias, entre elas as de uma fintech sediada em São Paulo, que movimentou cerca de R$ 300 milhões em apenas três meses.
Os criminosos ostentavam um alto padrão de vida, possuindo imóveis de luxo em Maceió, Goiás e Santa Catarina. O líder do grupo no Distrito Federal morava em uma propriedade rural dedicada à criação de gado leiteiro em Planaltina, mas recentemente se mudou para Florianópolis.
A Operação Chiusura mobilizou cerca de 450 agentes de segurança em diversos estados. A ação contou com o apoio de unidades especializadas das Polícias Civis do DF, GO, RN, MS, MT, SC e AL, além da Polícia Penal do DF e da Polícia Rodoviária Federal (PRF/DF).
Caso sejam condenados, os investigados podem pegar pena de 30 anos de prisão pelos crimes de tráfico interestadual de drogas, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
Por Davi Cruz e Darcianne Diogo – CB