Em Roma, presidente destaca o legado humanitário do Papa Francisco e reforça a defesa de negociações de paz para a Ucrânia e Gaza
Direto de Roma, onde participou das homenagens póstumas ao Papa Francisco, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou com jornalistas sobre a importância do pontífice e o significado do funeral para o Brasil e o mundo.
Durante a coletiva, Lula destacou a relevância histórica e espiritual do papa: “Foi uma dívida que nós pagamos a um homem que prestou serviço à humanidade. Queira Deus que o próximo Papa fosse igual a ele, com o mesmo coração, com os mesmos compromissos religiosos e com o combate à desigualdade que ele teve”. O presidente afirmou que deixa a Itália com a consciência tranquila: “Eu volto para o Brasil certo de que nós cumprimos o nosso dever como cristãos, como religiosos e como políticos ao vir ao enterro de uma pessoa admirável como o Papa Francisco”.
Questionado sobre uma cena que chamou a atenção na Basílica de São Pedro — a conversa entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, incentivada pelo Papa Francisco — Lula preferiu não especular: “Eu não sei o que eles conversaram. Eu não posso intuir a conversa”. No entanto, reforçou a necessidade de diálogo para a solução de conflitos: “O que é importante é que se conversem para ver se encontram uma saída para essa guerra, que está ficando sem explicação. Ninguém consegue explicar e ninguém quer falar em paz”.
O presidente reiterou a posição do Brasil de insistir na busca pela paz: “O Brasil continua teimando que a solução é fazer com que os dois sentem na mesa de negociação e encontrem uma solução, não só para a Ucrânia e a Rússia, mas também para a violência que Israel comete contra o povo palestino”.
Perguntado se havia cumprimentado Donald Trump, Lula explicou que não: “Eu não cumprimentei porque eu estava conversando com o meu pessoal sobre a questão da segurança na saída, que estava uma confusão muito grande. Eu não vi o Trump, na verdade”.
O Papa Francisco faleceu na última segunda-feira, aos 88 anos, após o agravamento de seu estado de saúde. Sua trajetória como líder religioso foi marcada pela defesa dos mais pobres, pela luta contra a desigualdade social e pela promoção da paz no mundo.