Márcio Meirelles ficou calado, escorando-se em habeas corpus dado pelo STF. Flávia Carneiro remarcou depoimento para a próxima semana. Deputados se irritam
– Parece filme repetido, mas é só mais um capítulo de uma minissérie que se encaminha para o fim. A CPI da Americanas convocou os ex-diretores da companhia Márcio Cruz Meirelles e Flávia Pereira Carneiro para tomada de depoimento na terça-feira (15), mas o silêncio do primeiro e a ausência da segunda apenas desperdiçou o tempo dos parlamentares.
O relator, deputado federal Carlos Chiodini (MDB-SC), mal começou a formular suas perguntas e foi interrompido pelo presidente da CPI, deputado federal Gustinho Ribeiro (Republicanos-SE), informando que o depoente tinha uma declaração a fazer.
Com a palavra, o ex-diretor Márcio Meirelles comunicou aos presentes o que já se esperava. Amparado por habeas corpus concedido pelo Supremo Tribunal Federal, agradeceu a oportunidade de comparecer à CPI e revelou seu intuito de “ficar calado por orientação dos advogados”. Antes, se disse surpreendido pelas declarações do atual CEO da varejista, Leonardo Coelho, afirmou que foi envolvido no escândalo bilionário sem provas e que faltou à audiência pública da última semana não por se negar a colaborar, mas por não ter sido oficialmente avisado da necessidade de comparecer.
Perguntado por esta reportagem sobre a veracidade da afirmação do ex-diretor, de que não teria sido oficialmente notificado da convocação, o relator Carlos Chiodini não descartou a possibilidade de ter havido algum erro, o que precisaria ser apurado.
Por sua vez, a ex-superintendente de controladoria da Americanas se antecipou, entrou em contato com a presidência da Comissão e requereu mudança de data para o depoimento. Segundo o presidente Gustinho Ribeiro, o depoimento foi remarcado para a próxima terça-feira, dia 22 de agosto, quando os trabalhos serão retomados.
Por Filipe Calmon, especial – 247