CORPO DE QUINHO DO SALGUEIRO SERÁ VELADO NA QUADRA DA ESCOLA DE SAMBA NA TARDE DESTA QUINTA-FEIRA

Intérprete de vários sambas-enredo, incluindo ‘Peguei um ita no Norte’, em 1993, ele lutava contra um câncer e morreu aos 66 anos de insuficiência respiratória. Sepultamento está marcado para esta sexta.

O corpo de Melquisedeque Marins Marques, mais conhecido como “Quinho do Salgueiro”, será velado na quadra da escola de samba, na Tijuca, na Zona Norte do Rio, entre 15h e 20h desta quinta-feira (4). O intérprete morreu na quarta-feira (3) aos 66 anos, de insuficiência respiratória.

A agremiação informou que cantores farão uma homenagem entoando sambas que ficaram marcados na voz de Quinho. Além de música, haverá dança. A cerimônia é conhecida popularmente como gurufim.

Na sexta (5), às 9h, haverá um outro velório na capela C do Cemitério da Cacuia, na Ilha do Governador. O sepultamento está marcado para as 13h.

Quinho foi uma das maiores vozes do carnaval do Rio de Janeiro e deu vida a grandes sambas-enredo do Salgueiro. Ele estava internado no Hospital Evandro Freire, na Ilha do Governador.

Quinho estava afastado do carnaval. Desde 2022 ele lutava contra um câncer de próstata. Ainda assim, o nome dele foi lembrado durante o último desfile pelo carro de som, que foi batizado como “Quinho do Salgueiro”.

“Você receber uma homenagem em vida, isso me emocionou muito. Nós somos uma pequena partícula dessa imensidão chamada carnaval e escola de samba, e o Salgueiro é a minha vida”, disse em entrevista ao RJ2, em 2023.

“Quinho não era apenas um cantor, mas um poeta que traduzia em notas a essência da nossa escola”, publicou o Salgueiro em uma rede social após a morte do intérprete.

“Quinho não apenas cantou para o Salgueiro; ele viveu e respirou cada nota, cada batida do coração acelerado da bateria. Ele personificou o espírito salgueirense, e sua ausência deixa um vazio indescritível.”

Nos carnavais cariocas, os gritos “arrepia, Salgueiro, pimba, pimba”, “ai, que lindo, que lindo” e “que bonitinho” se tornaram marcas características de Quinho.

Em 1993, Quinho comandou o coro de 60 mil vozes da plateia da Sapucaí com o samba-enredo “Peguei um ita no Norte”, do Salgueiro, conhecido pelo verso “Explode coração, na maior felicidade”.

Carreira

Quinho celebra seus grandes carnavais no Salgueiro

Quinho começou no bloco Boi da Freguesia, sendo chamado para compor o carro de som de Aroldo Melodia na União da Ilha do Governador, em 1988. E lá ficou até 1990.

Ele foi para o Salgueiro em 1991 e, em 1993, se destacou com “Peguei um ita no Norte”. No ano seguinte, o intérprete voltou para a União da Ilha.

Ao longo de sua carreira, passou por outras escolas do Rio como São Clemente, Acadêmicos do Grande Rio, Império da Tijuca e Acadêmicos de Santa Cruz, e de São Paulo, como Rosas de Ouro, e de Porto Alegre, como a Vila do IAPI.

Mas foi com o Salgueiro que teve sua ligação mais forte. Em 2009, interpretou “Tambor”, com o qual levou a escola a seu nono e último título.

Por causa de divergências com a diretoria, passou um tempo afastado e tentou se candidatar à presidência da agremiação. Mas teve sua candidatura impugnada.

Quinho retornou ao Salgueiro em 2019, quando passou a dividir o carro de som com Emerson Dias.

Por g1 Rio

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