Embaixador Vasily Nebenzya criticou o veto dos EUA às resoluções do Brasil e da Rússia durante reunião do Conselho de Segurança para discutir a questão palestina
TASS – A posição negativa dos Estados Unidos em relação às resoluções da Rússia e do Brasil impossibilitou o Conselho de Segurança das Nações Unidas de apoiar a paz e a segurança internacionais, disse nesta terça-feira (24) Vasily Nebenzya, representante permanente da Rússia nas Nações Unidas.
“Devido à posição negativa de Washington sobre o projeto de resolução russo e, posteriormente, sobre o brasileiro, o Conselho de Segurança mais uma vez falhou em cumprir suas principais missões estabelecidas na carta – apoiar a paz e a estabilidade internacionais”, disse ele durante debates no Conselho de Segurança da ONU sobre a situação no Oriente Médio.
“O resultado [dessa posição dos EUA] é óbvio – a contínua escalada acompanhada pelo aumento de vítimas entre os civis e a destruição da infraestrutura civil”, acrescentou.
Em 18 de outubro, o Conselho de Segurança da ONU não conseguiu aprovar um projeto de resolução proposto pelo Brasil sobre a situação no Oriente Médio após o veto dos Estados Unidos. O lado americano afirmou que estava insatisfeito com o texto, pois não continha uma palavra sobre o direito de Israel à autodefesa.
Antes disso, o Conselho de Segurança da ONU rejeitou o projeto de resolução da Rússia, que não foi apoiado pelo Reino Unido, Estados Unidos, França e Japão. O representante permanente da Rússia nas Nações Unidas disse na época que o Conselho de Segurança havia mais uma vez se tornado refém das ambições dos países ocidentais e não conseguiu enviar “um sinal coletivo claro e forte destinado a desescalada da situação”.
As tensões aumentaram no Oriente Médio após militantes do Hamas na Faixa de Gaza atacarem o território israelense. O Hamas vê seu ataque como uma resposta às ações das autoridades israelenses contra a Mesquita Al-Aqsa no Monte do Templo em Jerusalém. Israel declarou um bloqueio total da Faixa de Gaza e iniciou bombardeios no enclave e em algumas áreas no Líbano e na Síria. Confrontos também são relatados na Cisjordânia.