Grupo reivindica aumento salarial, jornada justa e criação de novos cargos, em frente à Prefeitura, na Cidade Nova
Rio – Conselheiros tutelares do município do Rio fazem, nesta segunda-feira (25), um ato na Avenida Presidente Vargas, em frente à Prefeitura, na Cidade Nova, Região Central. O grupo reivindica melhores salários, jornada de trabalho justa e a criação de novos cargos. O ato é o segundo da categoria neste mês, sendo o primeiro realizado no último dia 11 de novembro.
Conselheiros tutelares ocupam duas faixas da Avenida Presidente Vargas em manifestaçãoArmando Paiva/Agência O Dia
Desde o início da manhã, os conselheiros protestam com balões e faixas pedindo respeito à categoria, aumentos dos vales transporte e alimentação, fim dos plantões noturnos e cumprimento da carga de trabalho de 30 horas. De acordo com uma das integrante da comissão de manifestação, Aline Batista, de 36 anos, atualmente, os profissionais têm um jornada de 60 horas semanais, o que definiu como abusivo.
“Os conselheiros tutelares da capital têm um dos menores salários do estado do Rio de Janeiro (…) Os conselheiros tutelares, hoje, têm uma carga horária que chega a 60 horas semanais, isso é abusivo. Então, hoje os conselheiros tutelares estão aqui em busca de valorização salarial, de saúde, de redução de carga horária. Nós não vamos sair daqui até a gente conseguir uma agenda com o prefeito ou alguém que o represente”, declarou Aline.
Segundo a conselheira, que está em seu terceiro mandato – cada um de quatro anos -, os profissionais pagam de forma opcional um plano de saúde fornecido pela Prefeitura do Rio, em modalidade de coparticipação, mas perdem o benefício caso necessitem de afastamento. “Se o conselheiro tutelar adoecer e precisar de afastamento médico, ele perde esse plano de saúde. É como se a gente pagasse para não adoecer. Nós temos conselheiros tutelares com câncer trabalhando, porque não podem se afastar para fazer o devido tratamento, porque senão podem perder o plano de saúde”.
Também em seu terceiro mandato, Juliana Santos, 35, relata que é do Conselho Tutelar de Ramos, que atende toda a região da Leopoldina e, segundo ela, há apenas um conselheiro para atuar em dez bairros. “Nós fomos eleitos pelo povo, não somos indicação política, as pessoas foram votar na gente. Estamos aqui na luta em defesa da nossa categoria, é algo muito importante. Nós somos um órgão de proteção das nossas crianças, a gente sabe muito bem que existem crianças negligenciadas, a cada dia, a cada minuto, no nosso dia a dia”, declarou.
A expectativa dos conselheiros tutelares é de que a categoria consiga uma reunião com o prefeito do Rio, Eduardo Paes, ou representantes para negociações. O Centro de Operações Rio (COR) informou que o trânsito na Avenida Presidente Vargas apresenta lentidão na altura da Cidade Nova, por conta da manifestação, que ocupa duas faixas da pista lateral, no sentido Candelária. Equipes da CET-Rio, Guarda Municipal e Polícia Militar atuam na região.
Procurada por O DIA, a Prefeitura do Rio ainda não se posicionou sobre a manifestação. O espaço está aberto para manifestação.