COM SEGREDO DE JUSTIÇA NEGADO, CONTRATO DE VENDA DA SAF DO VASCO PARA 777 É REVELADO

Acordo de acionistas regrava o relacionamento entre clube e 777, inclusive para a hipótese de inadimplência dos americanos e tentativa de revenda, como acontece agora

Dois anos após a assinatura dos contratos que formalizaram a venda da SAF do Vasco para a 777 Partners, os documentos tornaram-se públicos. Em uma ação no Tribunal de Justiça de São Paulo, a juíza Melissa Bertolucci negou o pedido de segredo de justiça, permitindo a divulgação dos detalhes do processo.

A ação, que corre na 27ª Vara Cível, foi movida pela KPMG, consultoria que intermediou a venda, alegando que tinha direito a R$ 24,5 milhões pelos serviços prestados, mas que recebeu apenas R$ 6,6 milhões, com pagamentos atrasados.

Sem o sigilo desejado, o ge teve acesso a 394 páginas do processo, incluindo o acordo de acionistas entre o Vasco e a 777, cujos efeitos foram suspensos por decisão judicial em maio. Embora o contrato de investimento, que contém detalhes financeiros, não tenha sido revelado, o acordo de acionistas menciona valores essenciais para entender a relação entre as partes.

Ao adquirir a SAF, a 777 se comprometeu a assumir dívidas do clube, que somavam até R$ 700 milhões, e realizar aportes anuais, além de investimentos significativos em infraestrutura e orçamento do futebol. O acordo estipulava que, se as obrigações financeiras não fossem cumpridas, a 777 não poderia distribuir dividendos.

Recentemente, a diretoria do Vasco, sob o comando de Pedrinho, decidiu retirar a 777 do comando da SAF judicialmente, alegando inadimplência nos pagamentos. O contrato prevê mecanismos de defesa para a associação, permitindo ao Vasco retomar o controle da SAF em caso de falta de pagamento. A 777, por sua vez, também possuía um mecanismo que permitia seu retorno mediante o depósito da quantia devida, acrescida de juros, uma única vez.

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