Em reunião na terça-feira (22) com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, a presidenta do Banco do Brics, Dilma Rousseff, defendeu a ampliação do bloco e o aumento dos financiamentos em moedas nacionais, reduzindo a dependência do dólar. Dilma destacou as grandes necessidades financeiras dos países do Sul Global e as dificuldades em obter empréstimos adequados.
“Tivemos investimentos consideráveis, mas ainda insuficientes para as demandas dos países do Brics. É crucial disponibilizar financiamento em moeda local por meio de plataformas específicas. O Novo Banco de Desenvolvimento (NBD) compromete-se a apoiar não apenas projetos soberanos, mas também iniciativas do setor privado”, afirmou.
Putin agradeceu a presença de Dilma em Kazan, onde ocorre a 16ª cúpula do bloco até quinta-feira (24). Ele elogiou seu trabalho à frente do NBD e defendeu o uso de moedas locais para diminuir as taxas de serviço da dívida e aumentar a independência financeira dos membros do Brics. “Esses passos ajudam a minimizar riscos geopolíticos e libertar o desenvolvimento econômico de influências políticas”, enfatizou Putin.
Na cúpula, Dilma também apresentará um relatório sobre o balanço do NBD na quinta-feira (24). A reunião visa definir critérios para novos países interessados em se associar ao Brics, que já atraíram o interesse de cerca de 30 nações. Além disso, Putin conversou por telefone com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que participou da cúpula por videoconferência devido a um acidente doméstico recente.