Autoridades chinesas intensificaram a defesa dos palestinos em fóruns internacionais nos últimos meses, apelando a uma conferência de paz entre Israel e a Palestina
Sputnik – Na sexta-feira (26), autoridades dos dois grupos e um diplomata disseram que a China sediará negociações para unidade palestina entre o grupo militante Hamas e o Fatah.
Um funcionário do Fatah disse à Reuters que uma delegação, liderada pelo alto funcionário Azzam Al-Ahmed, partiu para a China. Um funcionário do Hamas disse que sua equipe para negociações, liderada por Moussa Abu Marzouk, voaria para lá ainda ontem (26).
“Apoiamos o fortalecimento da autoridade da Autoridade Nacional Palestina e apoiamos todas as facções palestinas para alcançar a reconciliação e aumentar a solidariedade através do diálogo e da consulta”, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Wang Wenbin, em uma reunião informativa regular na sexta-feira (26). No entanto, Wang não confirmou a reunião, ressalta a mídia.
Essa é a primeira vez que uma delegação do Hamas será publicamente conhecida por ter ido à China desde o início da guerra no enclave palestino. O diplomata chinês, Wang Kejian, encontrou-se com o chefe do Hamas, Ismail Haniyeh, no Catar no mês passado, de acordo com a chancelaria chinesa.
Os dois grupos rivais não conseguiram resolver as suas disputas políticas desde que os combatentes do Hamas expulsaram o Fatah de Gaza em um curto conflito em 2007.
Diferente dos Estados Unidos que estão cautelosos em relação a iniciativas para reconciliar os dois, uma vez que apoia a Autoridade Palestina, mas baniu o Hamas como terrorista, o movimento chinês demonstra uma notável incursão da China na diplomacia palestina, analisa a agência britânica.
As autoridades chinesas intensificaram a defesa dos palestinos em fóruns internacionais nos últimos meses, apelando a uma conferência de paz israelo-palestina em maior escala e a um calendário específico para implementar uma solução de dois Estados.
Em fevereiro, Pequim instou o Tribunal Internacional de Justiça (TPI) a dar o seu parecer sobre a ocupação israelense dos territórios palestinos, que considerou ilegal.
Mais recentemente, a China pressionou para que a Palestina se junte às Nações Unidas, esforços apoiados e trabalhados também por Rússia e Brasil, o que o principal diplomata de Pequim, Wang Yi, disse na semana passada que “retificaria uma injustiça histórica prolongada”, conforme noticiado.