Mais de R$ 50 milhões foram investidos em projetos que nunca foram entregues à população
Os impostos pagos pela população devem ser retornados para a sociedade em formas de servicos para melhorar a vida do cidadão. Pelo menos é isso que está escrito no papel. Mas em Queimados, na Baixada Fluminense, as gestões municipais que passaram por lá nos últimos anos deixaram pelo menos dez obras importantes paralisadas. O dinheiro público investido passa de R$ 50 milhões e nada foi entregue à população. Com isso, a atual gestão, comandada pelo prefeito Glauco Kaizer (União Brasil), colocou em ação um programa de recuperação de obras públicas não concluídas e muitas delas já estão em fase de entrega.
Nesta listas ficaram inacabadas escolas, estações de tratamento de esgoto, prédios públicos e unidades habitacionais, entre outras. O que espanta neste levantamento feito pela prefeitura de Queimados é o total de dinheiro público gasto nestas obras que não foram concluídas. Um cálculo prévio mostra que os governos anteriores gastaram mais de 100 milhões de reais em construções e intervenções que não foram conclṹídas. O Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro chegou a bloquear as contas pessoais do ex-prefeito Max Lemos por causa da má administração de um convênio entre o governo municipal e a Fundação Nacional de Saúde (FUNASA).
O processo de improbidade administrativa foi aberto para investigar os repasses da FUNASA para a prefeitura, na época, para um projeto de obras no sistema de esgotamento sanitário. Segundo o órgão, inspeções realizadas em 2016, apontavam a não conclusão da obra. Quando assumiu a gestão em 2021, o prefeito Glauco Kaizer reiniciou a construção da ETE do bairro São Jorge, em parceria com as Águas do Rio, e as contas do ex-prefeito e, atualmente, deputado federal, Max Lemos, foi desbloqueada.
Uma lista extensa de obras paralisadas
Uma obra emblemática que foi retomada é a Escola Ana Maria dos Santos Perobelli, no bairro Paraiso. Com mais de 10 anos paralisada, atualmente, está com 75% concluído e vai atender cerca de 1.200 alunos da região. Outra unidade escolar que está em andamento é a Ilcilea Paulina de Lima Castro, na Vila São João. Fechada há mais de uma década, hoje, já está com a reforma em andamento e, em breve, atenderá cerca de 900 crianças.
Também estavam paralisadas as obras de construção da sede nova da Prefeitura, no Fanchem. O Paço Municipal era uma promessa das gestões anteriores, mas só agora está sendo concluído e a previsão de inauguração é em junho deste ano. Já no bairro Nova Cidade (Pedreira) o convênio para a pavimentação da localidade estava inacabado, assim como o posto de saúde que estava fechado. A nova gestão retomou a obra, asfaltou as sete ruas da região e já prepara um novo projeto para a pavimentação do restante das vias. A unidade de saúde também foi reaberta em novembro do ano passado.
Na habitação, a prefeitura teve que retomar as construções de 106 unidades habitacionais no bairro Eldorado. A promessa, na época, era para receber os moradores de casas que foram interditadas pela defesa civil. Com as obras inacabadas, a prefeitura de Queimados retomou a construção em novembro do ano passado e, em breve, a obra será entregue à população. O posto de saúde do bairro Três Fontes também foi prometido e não entregue. Apenas em novembro do ano passado, com muito esforço da atual gestão, a prefeitura abriu a unidade. Além disso, a piscina semiolimpica do Pacaembu também foi entregue, assim como a implantação da linha de ônibus Queimados x Pavuna, outra promessa antiga.
Lista de obras paralisadas pelas gestões anteriores e retomadas recentemente:
1-Escola Ana Maria dos Santos Perobelli
2-Posto Médico da Pedreira
3-ETE’s São Jorge e Dona Branca
4-Convênio para pavimentação de sete ruas na Pedreira
5-Construção de 106 casas no Eldorado
6-Posto de saúde do Três Fontes
7-Construção da piscina semiolímpica do Pacaembu
8-Construção da nova sede da Prefeitura
9-Escola Municipal Ilciléa Paulina de Lima Castro
10-Linha de ônibus Queimados-Pavuna