CERCA DE 1,2 MILHÃO DE PESSOAS NÃO SABEM QUE VIVEM COM HEPATITES B E C

Estimativas foram divulgadas pelo Ministério da Saúde nesta quarta-feira (19/7). Tratamento contra hepatites foi simplificado no SUS

O Ministério da Saúde divulgou, nesta quarta-feira (19/7), o novo Boletim Epidemiológico de Hepatites Virais. De acordo com as informações divulgadas pela pasta, mais de 1,2 milhão de pessoas no Brasil vivem com hepatite B ou C mas ainda não foram diagnosticadas.

Destas, 520 mil pessoas têm infecção ativa por hepatite C sem diagnóstico ou tratamento. Já os brasileiros com hepatite B ainda não diagnosticada somam 700 mil.

Apenas 264 mil pessoas que vivem com hepatite B receberam a confirmação da doença, o que equivale a somente 24% do total. Dentro dos que já foram diagnosticados, só 41 mil são tratados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), pouco mais de 15% do total.

O ministério pretende dobrar a capacidade de atendimento da rede pública com o novo Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) para a hepatite B. “Entre a principal mudança está a simplificação das indicações para o início do tratamento. Antes, o critério continha mais variáveis, o que exigia a necessidade de avaliação de um especialista. Agora, o diagnóstico com teste de carga viral detectável para hepatite B avaliado em conjunto com a idade será suficiente começar a medicação de forma imediata”, detalha a pasta em nota.

Cenário epidemiológico

Os casos confirmados de hepatite B caíram 36% entre 2019 e 2022. Em 2019, foram 14.350 diagnósticos, enquanto em 2022 o número foi de 9.156. Em 2021, o ministério notificou 325 mortes pela doença, o que equivale a mortalidade de 0,2 por 100 mil habitantes.

A hepatite C teve redução semelhante no número de casos, de 39%. Os diagnósticos caíram de 23.284 em 2019 para 14.124 em 2022. O Ministério da Saúde registrou 1.022 óbitos por hepatite C em 2021: mortalidade de 0,5 por 100 mil habitantes.

A pasta alerta, porém, que a diminuição nos diagnósticos das hepatites B e C não significa avanço no combate à doença. “Tivemos um impacto significativo da pandemia, e precisamos agora resgatar e ampliar os diagnósticos nas nossas unidades de saúde”, explicou a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel, em coletiva de imprensa.

Por Mariah Aquino – Metrópoles

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