Segundo a Promotoria Eleitoral, Dinho participou do esquema de compra de votos nas eleições de 2020, quando também tentou — e não conseguiu — uma vaga na Câmara de Belford Roxo.
O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) prendeu na sexta-feira (23) um candidato a vereador de Belford Roxo, na Baixada Fluminense, por suspeita de compra de votos.
Sérgio Acciolly dos Santos, o Dinho Resenha (Republicanos), foi preso em casa, no bairro Santa Amélia, e estava dormindo quando os agentes chegaram. Ele vai responder por corrupção e associação criminosa.
Segundo a Promotoria Eleitoral, Dinho participou do esquema de compra de votos nas eleições de 2020, quando também tentou — e não conseguiu — uma vaga na Câmara de Belford Roxo. Na ocasião, ele disputou pelo hoje extinto Democratas e obteve 1.412 votos, ficando apenas na 2ª suplência. O MPRJ afirma que Dinho voltou a praticar esse crime.
PM preso como comparsa
O MPRJ afirmou ter descoberto a trama depois da prisão de um policial militar na Operação Patrinus, em maio deste ano. Michel Maia Rodrigues foi um dos 13 PMs presos por vender armas e drogas apreendidas pela corporação e está encarcerado desde então. Contra ele foi expedido um novo mandado de prisão.
Na análise do celular de Michel, promotores descobriram conversas trocadas com Dinho sobre o esquema. Segundo a denúncia, o PM era um dos responsáveis por recrutar eleitores com a promessa de R$ 50 por voto e por arregimentar cabos eleitorais para a boca de urna.
Parceria com o tráfico
O MPRJ ainda afirma que Dinho Resenha tem ligações com Geonário Fernandes Pereira Moreno, um dos chefes do tráfico de drogas em Belford Roxo.
Mensagens recuperadas pelos investigadores indicam que o político buscou alianças com os criminosos para fazer campanha em regiões controladas pelo tráfico.
Prisão em Angra
No início do mês, a Polícia Federal (PF) prendeu em Angra dos Reis um homem por ameaçar Renato Araújo Correa (PL), candidato à prefeitura.
Segundo as investigações, Fabrício Davy da Silva Morais, um ex-funcionário de Renato, exigiu R$ 50 mil para parar de divulgar vídeos difamatórios contra a empresa do candidato, a TN de Souza Comércio Serviços e Construções.
Fabrício foi preso em flagrante e, devido à gravidade das ameaças e à possibilidade de reincidência, foi solicitada a conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva. Também foi pedido o acesso aos dados telemáticos dos celulares apreendidos com Fabrício para aprofundar as investigações sobre a possível participação de outras pessoas ou organizações no esquema.
Por Jefferson Monteiro, Marcelo Bruzzi, g1.