Com a ajuda de ferramentas de inteligência artificial, médicos analisaram informações de pacientes com a doença que foram atendidos pelo SUS nos últimos 15 anos. Os pesquisadores explicam que esse banco de dados é tão completo que permite uma série de análises.
Um estudo feito por pesquisadores brasileiros, apresentado neste sábado (3) nos Estados Unidos, analisou dados de mais de 650 mil pacientes que fizeram tratamento de câncer de próstata pelo SUS.
O primeiro sinal de que algo estava errado apareceu em um exame de sangue de rotina. A biópsia confirmou a suspeita: o aposentado Laudinei Tadeu Faverani estava com câncer de próstata.
“Foi muito difícil. Eu fiquei muito para baixo, fiquei sem chão”, conta.
O médico diz que o diagnóstico precoce e o tratamento correto foram fundamentais para eliminar a doença.
“Quando ele chega cedo, a gente consegue curar muitos pacientes, às vezes mais de 70%, 90% com tratamento menos agressivos e com menor custo”, explica o médico Stênio de Cássio Zequi, diretor do Centro de Tumores do Hospital A.C. Camargo.
Laudinei retirou a próstata há quase seis anos e nem precisou fazer radioterapia nem quimioterapia.
Mas um estudo inédito conduzido por médicos brasileiros revela que nem sempre é assim. A pesquisa foi divulgada neste sábado (3) durante o principal congresso de oncologia do mundo, que está sendo realizado em Chicago, nos Estados Unidos.
Com a ajuda de ferramentas de inteligência artificial, os médicos analisaram informações de mais de 657 mil pacientes com câncer de próstata que foram atendidos pelo SUS nos últimos 15 anos. Os pesquisadores explicam que esse banco de dados é tão completo que permite uma série de análises. E alguns pontos chamam a atenção:
- um em cada quatro pacientes chegou ao serviço público de saúde com tumores em estágio avançado;
- os tratamentos utilizados foram considerados antigos, com uso de medicamentos ineficazes.
- os dados mostram ainda uma subutilização da quimioterapia.
Por: G1