Ícone do tropicalismo, Caetano Veloso estará em Brasília (DF) no dia 30 de julho, para se apresentar no Na Praia, no mesmo dia do Natiruts
A variedade oferecida pela música brasileira é extensa e repleta de talentos, mas poucos nomes brilham como o de Caetano Veloso. Aos 80 anos de idade, mais de 60 dedicados à carreira, o compositor, cantor e escritor segue cativando gerações com a fusão harmoniosa entre a arte e a consciência.
Em atividade pelo Brasil e demais países da América do Sul com a turnê Meu Coco, o baiano, nascido em Santo Amaro da Purificação, tranquiliza os fãs sobre os rumores de aposentadoria. “Não tenho nenhum plano de deixar os palcos”, afirma, em entrevista ao Metrópoles. O artista vai se apresentar, no dia 30 de julho, no Na Praia, no mesmo dia da banda Natiruts.
É importante os brasilienses se apressarem porque a tendência, contudo, é que o privilégio de vê-lo ao vivo e a cores seja cada vez mais restrito. Após mais de 40 álbuns lançados, 10 milhões de discos vendidos, vários Grammys, sem mencionar o enfrentamento à censura e ao exílio, Caetano quer levar uma vida mais tranquila.
Ele pretende cessar os shows fora do país, passar mais tempo próximo à família e, quem sabe, regressar à terra que exalta na canção Onde o Rio é mais Baiano.
“Tomara que eu chegue aos noventa [anos, no palco]. Ou, como minha mãe, passe dos cem. Só tenho a fantasia de voltar a viver em Salvador e cantar sempre em algum lugar da cidade – e quem quiser me ver e ouvir que vá lá. Só não planejo, de fato, fazer isso já, porque meus filhos e meus netos vivem no Rio, têm sotaque carioca”, explica.
Show em Brasília
Ao longo da carreira, Caetano transitou por diferentes estilos musicais, experimentou e mesclou influências, mas garante que sempre foi o mesmo artista.
“Comecei como discípulo da bossa nova, mas já avisando, na contracapa do disco Domingo, que gravei ao lado de Gal, que me via à beira de uma mudança de rumo. Deu no tropicalismo, quando criações-comentários sobre diversos gêneros e estilos — muitos deles desqualificados pela perspectiva crítica que se organizara a partir da bossa nova — eram visitados, celebrados ou parodiados”, lembra o compositor.
“Mas sempre fui eu fazendo essas coisas. Meu timbre, minhas limitações, minhas características musicais e pessoais estavam ali. Busquei novidades principalmente nas escolhas do que ressaltar. Mas também ousei alguma experimentação formal ou técnica. Em tudo, tenho sido o mesmo cara”
Caetano Veloso
Em 30 de julho, Caetano dará uma amostra da sua versatilidade ao dividir o mesmo lineup com os músicos do Natiruts, na programação do Na Praia. A primeira vez que o baiano e os brasilienses estiveram juntos foi em março de 2022, no Ato pela Terra.
Por Ranyelle Andrade – Metrópoles