Iniciativas dos países do bloco destacam a transição para energia limpa, afastando-se do modelo ocidental e oferecendo alternativas sustentáveis
O grupo de países do BRICS está avançando de forma significativa em sua transição para a energia verde, oferecendo um novo modelo de desenvolvimento sustentável para o mundo. Segundo o South China Morning Post, a participação de combustíveis fósseis na matriz energética dos países do BRICS deve cair para menos de 50% pela primeira vez ainda este ano. Além disso, China, Índia e Brasil já adicionaram 190 gigawatts de capacidade de energia não fóssil em 2024, enquanto apenas 72 gigawatts de capacidade fóssil foram conectados à rede elétrica nesses países. As informações foram divulgadas em um relatório recente da organização Global Energy Monitor, relata o Global Times.
Esse marco representa um passo crucial na transição energética global e sugere que os países do BRICS não estão seguindo o caminho tradicional do Ocidente, baseado em combustíveis fósseis. Ao contrário, eles estão explorando um novo modelo de desenvolvimento energético alinhado com suas condições nacionais e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas. “Os BRICS estão mostrando que é possível crescer economicamente e, ao mesmo tempo, buscar um caminho de desenvolvimento mais verde”, destaca o relatório.
A China, membro do bloco, tem se destacado como líder nessa transformação, com grandes avanços em tecnologia e capacidade instalada de energia renovável. Esse progresso não apenas impulsionou a transição do país, como também serviu de exemplo para outros membros, ajudando a reduzir os custos tecnológicos. Índia, Brasil, Rússia e África do Sul também adotaram políticas voltadas para o desenvolvimento de energias renováveis, acelerando seus próprios projetos.
Cooperação para a transição verde – A cooperação entre os países do BRICS tem sido fundamental para o avanço da transição energética. Um exemplo disso é o projeto Redstone Concentrated Solar Power, na África do Sul, que, em setembro, foi conectado à rede elétrica. Construído por uma empresa chinesa, o projeto fornecerá aproximadamente 480 gigawatts-hora de eletricidade limpa por ano, atendendo a mais de 200 mil residências.
Além de iniciativas tecnológicas, a criação do Novo Banco de Desenvolvimento tem sido um pilar financeiro para os países do BRICS. Entre 2022 e 2026, a instituição deve destinar US$ 30 bilhões para infraestrutura verde, com 40% desse montante direcionado a projetos de mitigação das mudanças climáticas. Esse suporte financeiro acelerou o investimento em energia limpa e a comercialização de novas tecnologias entre os membros do bloco.
Os BRICS estão provando que os países em desenvolvimento podem encontrar novos caminhos para a prosperidade sem repetir os erros das nações desenvolvidas, que tradicionalmente apostaram nos combustíveis fósseis. Suas ações demonstram que a transição para um modelo econômico de baixo carbono é viável e benéfica, não apenas para o crescimento sustentável de cada nação, mas para o futuro do planeta.
Por Brasil 247