O Brasil poderá perder mercado da carne na Europa a partir de janeiro de 2025, quando as regras de desmatamento criadas pela União Europeia entrarão em vigor. Os países europeus querem a garantia de que o gado brasileiro não está sendo engordado em área de desmatamento ilegal, ou seja, em áreas de florestas, que devem ser protegidas.
Atualmente, o Brasil possui o monitoramento do rebanho cuja carne in natura vai para a Europa com 90 dias antes do abate, mas não do ciclo completo, como exige a legislação europeia.
“A transição que pedimos tem que ser equivalente ao ciclo de produção. O animal para a Europa é abatido, em média, com 30 meses de idade. Para a carne ser exportada para lá, o bezerro precisaria ter recebido brinco ou chip há quase dois anos e não temos isso”, disse o diretor de Sustentabilidade da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Fernando Sampaio, durante uma mesa redonda realizada pelo Diálogo Agropolítico Brasil– Alemanha (APD), em parceria com a Universidade de Bonn e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em fevereiro.
Sampaio ressaltou, naquele encontro, que o pedido não é para postergar a entrada em vigor da lei, mas defendeu um “tempo de aprendizado” para estender a rastreabilidade já existente nas últimas etapas de criação do gado para o ciclo completo, com prazo determinado para chegar ao risco zero.
Nesta semana, quando o presidente Lula recebeu representantes da indústria da carne no Palácio do Planalto, o 247 questionou o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, sobre o que tem sido feito para atender à exigência da União Europeia.
Por Joaquim de Carvalho