Há mais de uma década, o programa +ALgodão, liderado pelo Brasil, une países latino-americanos em torno da produção sustentável de algodão. O Brasil, maior exportador e terceiro maior produtor de algodão do mundo, busca integrar essa fibra à identidade regional, promovendo valores como rastreabilidade, ancestralidade, e respeito ao meio ambiente.
O programa, coordenado pela Agência Brasileira de Cooperação (ABC) e em parceria com a Embrapa e Empaer-PB, inclui países como Colômbia, Peru, Bolívia, Paraguai, e Haiti. O +ALgodão teve início após o Brasil contestar subsídios dos EUA na Organização Mundial do Comércio, resultando em compensações que financiaram a cooperação internacional.
O Brasil transferiu técnicas sustentáveis para os países parceiros, como o uso de biofertilizantes e sistemas de irrigação eficientes, beneficiando pequenos produtores, especialmente na Colômbia, onde a produção de algodão caiu drasticamente desde seu auge nos anos 1970. Na Colômbia, produtores como Alfredo Rivas destacam o impacto positivo da assistência técnica gratuita do programa.
O +ALgodão também trabalha na recuperação de sementes tradicionais e pesquisa científica, com apoio de universidades e instituições como a Agrosavia, que visam fortalecer a sustentabilidade da produção. A iniciativa busca reverter a queda do algodão frente a fibras sintéticas como o poliéster.
Além de beneficiar a produção agrícola, o programa contribui para a permanência de camponeses em áreas afetadas por conflitos armados, como na Colômbia. A adoção de novas tecnologias, como drones para pulverização de biofertilizantes, é vista como uma forma de atrair jovens para o campo e revitalizar o setor algodoeiro na região.