Bolsonaristas agora estão arrependidos’, diz Altamiro Borges, sobre CPMI dos atos golpistas
CPMI do 8 de janeiro votou requerimentos dos deputados e senadores – Foto: Pedro França/Agência Senado
Ex-ministros, assessores e aliados políticos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estão entre os primeiros convocados para prestar depoimento na CPMI dos atos golpistas no Congresso. Puxam esta lista inicial figuras como o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, o ex-ajudante de ordens, Mauro Cid, e o ex-ministro do GSI, Augusto Heleno.
Todos devem prestar depoimento na condição de testemunha. Esse cenário representou uma vitória para base do governo dentro do Congresso, que conseguiu aprovar uma grande parte dos requerimentos propostos na comissão.
Ao todo, serão 36 convocados, com nomes que vão desde George Washington, acusado de implantar uma bomba em um caminhão perto do Aeroporto de Brasília, até Silvinei Vasquez, ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal que coordenou a operação que impediu o deslocamento dos eleitores do nordeste no segundo turno.
Para o jornalista e analista político Altamiro Borges, a largada da CPMI foi um péssimo sinal para os bolsonaristas.
“Eles queriam passar uma visão para a sociedade que não foi golpe e que a culpa pelos atos golpistas era do governo. A vítima era culpada pelos crimes. Por isso, eles tentaram emplacar essa CPMI. Eu acho que eles estão arrependidos. Porque o governo está com maioria, e essa lista dos primeiros convocados para depor vai só desmascarar o bolsonarismo”, analisou.
Altamiro participou do programa Central do Brasil desta quarta-feira (14) e analisou o impacto do depoimento desses primeiros convocados na imagem política do presidente. Além disso, ele pontuou que, apesar dessa lista inicial representar que o governo tem força na comissão, ainda ficou faltando o principal: a convocação do ex-presidente Jair Bolsonaro.
“Eu só lamentei uma ausência sentida, que é a do chefe dessa organização terrorista. Lamentei a ausência do Bolsonaro”, disse, questionando o papel do presidente da CPMI, o deputado federal Arthur Maia (União Brasil-BA).
“Ele é um homem do Arthur Lira e fez campanha para o Bolsonaro nas eleições passadas. Ou seja, é um bolsonarista. Ao ser questionado por não ter convocado Bolsonaro, ele disse que não havia motivo nenhum para convocar um ex-presidente da República. Mas, pela composição da CPMI, se a temperatura esquentar, Bolsonaro pode ser chamado”, concluiu.
A entrevista completa você pode conferir na edição desta quarta-feira do Central do Brasil.
Por Brasil de Fato