Entretanto, ele afirma que apoia a proposta defendida pelo presidente Lula
247 – Apesar de apoiar a ideia de uma taxação global dos super-ricos, o cofundador da Microsoft, Bill Gates, afirmou que é improvável que essa proposta, defendida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, seja concretizada. “Não acho que haverá um imposto global porque não temos um governo global”, disse Gates em entrevista ao jornalista Eduardo Sombini, da Folha de S.Paulo.
Durante a entrevista, Gates destacou que, embora apoie sistemas tributários mais progressivos, a implementação de uma taxação global enfrenta obstáculos significativos. “Se houvesse uma votação sobre algo assim, eu votaria a favor, porque acho que precisamos arrecadar mais e financiar coisas relacionadas à desigualdade. Porém, cada país terá de criar suas próprias políticas tributárias”, afirmou o filantropo.
A proposta de Lula, discutida em fóruns internacionais como o G20, busca implementar uma taxação sobre grandes fortunas para financiar políticas de redução da desigualdade e de adaptação à crise climática em países em desenvolvimento. Gates reconhece que a medida é uma boa ideia, mas acredita que ela esbarra na falta de um consenso global para regulamentá-la.
Ao longo da entrevista, Gates também defendeu o papel do capitalismo na promoção do desenvolvimento social e econômico, apesar das críticas sobre os problemas que o sistema criou, como as desigualdades e a crise ambiental. Ele ressaltou que os avanços em saúde e educação, impulsionados pelo sistema capitalista, não devem ser ignorados. “Apesar de o capitalismo ter trazido muitos problemas, também trouxe níveis de alfabetização e empoderamento sem precedentes”, disse o bilionário.
Ainda sobre a questão da crise climática, Gates reafirmou sua crença na inovação tecnológica como a chave para mitigar os impactos do aquecimento global. Ele destacou o trabalho da Breakthrough Energy, que investe em tecnologias verdes, como captura de carbono e energia nuclear, para reduzir as emissões de gases de efeito estufa. No entanto, reconheceu que a inovação não será capaz de eliminar os impactos do aumento das temperaturas.