Contraventor foi preso em 29 de outubro e é acusado de ser o mandante do homicídio de Fernando de Miranda Iggnácio, outro bicheiro morto em 2020
Rogério Andrade, bicheiro e patrono da escola de samba Mocidade Independente de Padre Miguel, será transferido nesta terça-feira (12) para a Penitenciária Federal de Segurança Máxima de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. A decisão, segundo o jornal O Globo, foi tomada pela 1ª Vara Criminal da Capital, em resposta a um pedido de transferência formulado pela Justiça. O procedimento foi autorizado pela Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), vinculada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, após o recebimento de uma ordem judicial na semana passada.
O contraventor foi preso em 29 de outubro durante uma operação do Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), acusado de ser o mandante do homicídio de Fernando de Miranda Iggnácio, outro bicheiro morto em novembro de 2020. A prisão ocorreu em sua residência, localizada na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio.
Apesar de já ter sido denunciado em março de 2021 pela morte de Iggnácio, o caso foi arquivado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em fevereiro de 2022, após decisão da Segunda Turma, que acolheu o pedido da defesa, alegando que a denúncia não descrevia de maneira suficiente a participação de Rogério como mandante. No entanto, o Gaeco reabriu a investigação após obter novas provas durante dois anos de apuração, incluindo dados de sigilo telefônico e telemático, e denunciou outras pessoas envolvidas, como um homem acusado de monitorar os passos da vítima antes do assassinato.
A transferência para o presídio de segurança máxima foi determinada devido à periculosidade do réu, apontado como chefe de uma organização criminosa responsável por diversos crimes, como homicídios, corrupção, contravenção e lavagem de dinheiro. A quadrilha de Rogério também teria conexões com órgãos de segurança estaduais. No presídio, Andrade ficará sob Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), uma modalidade de cumprimento de pena mais rígida, em que o preso fica em cela individual, com restrições a visitas e ao direito de sair da cela.
A Penitenciária Federal de Campo Grande abriga atualmente outros criminosos considerados de alta periculosidade, incluindo o deputado Chiquinho Brazão, acusado de envolvimento no assassinato da vereadora Marielle Franco, além de líderes do tráfico e milícias no Rio de Janeiro. O complexo, com 12,6 mil metros quadrados, conta com segurança de última geração e tem capacidade para 208 presos, oferecendo maior proteção para detentos que representem risco à ordem pública.
O prazo para o cumprimento do RDD é de até dois anos, podendo ser prorrogado por mais um ano, quantas vezes for necessário, dependendo da avaliação das autoridades penitenciárias.
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