ARQUIDIOCESE DO RIO DE JANEIRO LANÇA SEGUNDO VOLUME DO CATÁLOGO DE SEUS BENS CULTURAIS

Inventário abrange vicariatos Campo Grande e Suburbano e inclui os monumentos tombados nas periferias cariocas

Na última sexta-feira, 11 de abril, a Arquidiocese do Rio de Janeiro lançou, na sede da Mitra Arquiepiscopal, no bairro da Glória, o segundo volume do Catálogo do Inventário dos Bens Culturais da ArqRio. O evento marca mais um passo significativo na consolidação de políticas de salvaguarda do patrimônio cultural na cidade. O acervo catalogado pode ser consultado em www.inventarioarqrio.com.br.

Realizado através do Programa Nacional de Apoio à Cultura do Ministério da Cultura (MinC), com o apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e do Instituto Cultural Vale, o projeto contemplou, nesta fase, os acervos dos vicariatos Campo Grande e Suburbano, além de 32 monumentos tombados situados em diversas regiões da capital. A abrangência territorial da nova etapa alcança áreas periféricas e pouco representadas em levantamentos anteriores — circunscrita no perímetro entre Anchieta e Pavuna até o Méier; e entre Barra de Guaratiba e o Mendanha, já nos limites com Nova Iguaçu.

O catálogo dá continuidade ao trabalho iniciado no primeiro volume, lançado no início de 2023, que inventariou os bens culturais dos vicariatos Oeste e Santa Cruz. Para a etapa final, estão previstos os vicariatos Norte, Leopoldina, Urbano, Sul e Jacarepaguá, além do acervo do Museu Arquidiocesano de Arte Sacra (MAAS) — considerado por muitos especialistas o mais relevante museu de arte religiosa do país.

É oportuno elogiar o trabalho desenvolvido pela ArqRio— inédito na preservação cultural brasileira — por viabilizar um projeto de tamanha abrangência e potencial para difundir conhecimento, incluindo exposições itinerantes e jornadas de visitação com guias e escolares. A publicação será distribuída gratuitamente a museus, bibliotecas, monumentos catalogados e instituições de ensino, como escolas e universidades. Mas não somente: com o apoio do IPHAN, INEPAC e IRPH, dezenas de monumentos tombados têm recebido a instalação de câmeras de segurança, o que já ajudou a mitigar uma série de tentativas de furto.

Esta pauta denota, como vimos, que o inventário deve ser mais difundido entre os proprietários de acervos, pois é o alicerce para qualquer política de salvaguarda do patrimônio cultural. Iniciativas como essa fortalecem não apenas o reconhecimento, mas também as possibilidades de conservação e fruição aos bens culturais da Igreja — proprietária de cerca de 40% do patrimônio tombado brasileiro, tanto em âmbito federal quanto estadual e municipal.

O lançamento reafirma o papel da Arquidiocese como agente ativo na preservação da memória religiosa e cultural do Rio de Janeiro, demonstrando a relevância de parcerias institucionais e de investimentos contínuos na documentação e valorização dos bens culturais. Além de deixar evidente a preocupação do Cardeal D. Orani Tempesta com o patrimônio das comunidades cariocas, destaca-se a importância da atuação da Comissão de Preservação do Patrimônio Histórico e Cultural da Arquidiocese do Rio de Janeiro, cujos curador, Pe. Silmar Fernandes, e assessores, Daisy Ketzer e Júlio César Sperber, têm desempenhado papel fundamental no desenvolvimento de ações de proteção às coleções sob seus cuidados.

Boa prática que deve ser sublinhada e difundida para outras dioceses, museus e instituições mantenedoras de acervos culturais.

P.S.: Interessados em conhecer ou adquirir o primeiro ou o segundo volume do catálogo podem dirigir-se à secretaria da Igreja Nossa Senhora do Carmo da Antiga Sé (Rua Primeiro de Março, s/nº – Centro, Rio de Janeiro(esquina com Rua Sete de Setembro). O horário de funcionamento é das 7h às 16h nos dias de semana e das 9h30 às 12h30 aos sábados e domingos.

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