O avistamento recente adicionou o município ao registro de cidades onde as fragatas já foram avistadas, proporcionando informações valiosas para o estudo da distribuição dessa espécie na região
Um acontecimento incomum chamou a atenção dos especialistas em meio ambiente e observadores de aves na cidade de Ribeirão Pires. No último sábado, uma espécie rara de ave, conhecida como fragata (Fragata magnificens), foi avistada no Parque Oriental, desencadeando entusiasmo entre os profissionais envolvidos.
O avistamento do exemplar em questão foi notado por um biólogo atuante na região, o Sr. Miguel Magro, que descreveu a ocorrência como excepcional. As fragatas, também conhecidas como tesourões, alcateias ou piratas-do-mar, têm a habilidade de capturar pequenos peixes que emergem à superfície, agarrando-os em rasantes voos. Além disso, elas são conhecidas por sua prática de pirataria aérea, roubando peixes de outras aves marinhas, como atobás e trinta-réis, e competindo por alimentos com outras aves de sua espécie.
O Zootecnista do Departamento de Gestão Ambiental da cidade, João Paulo Cerezoli, enfatizou que as fragatas possuem uma ampla distribuição geográfica, sendo encontradas nas Américas do Sul e Central, bem como em algumas regiões do Pacífico. No Brasil, essas aves podem ser encontradas em colônias em diversas localidades, como Fernando de Noronha, Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina.
O avistamento recente no Parque Oriental adicionou o município de Ribeirão Pires ao registro de cidades onde as fragatas já foram avistadas, proporcionando informações valiosas para o estudo da distribuição dessa espécie na região. A importância ecológica dessas aves também foi mencionada, já que elas são capazes de localizar descartes de barcos de pesca por arrasto e utilizam peixes flutuantes como fonte de alimento.
O episódio ocorreu momentos antes de uma mudança brusca de temperatura, quando uma frente fria chegou acompanhada de garoa. Esse comportamento é frequente quando as fragatas são avistadas nas serras, indicando a possibilidade de mudanças climáticas na região.
Esse avistamento reforça a necessidade de monitorar as mudanças climáticas e preservar o habitat da fauna local. O trabalho de profissionais dedicados, como o biólogo Miguel Magro, enriquece o conhecimento sobre a diversidade de aves e sua relação com o ambiente, contribuindo para a conservação do ecossistema. O departamento de gestão ambiental e demais entidades envolvidas estão atentos a essas descobertas, a fim de promover a proteção e conservação das espécies raras e contribuir para a riqueza da biodiversidade local.
Por Diário do Grande ABC