Vice-presidente defendeu a tese de que não deve haver anistia para os golpistas e disse que Bolsonaro não tem apreço pela democracia
O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) declarou, em entrevista à Folha de S. Paulo, que identificou um claro “movimento golpista” em 8 de janeiro de 2023, destacando que a democracia saiu fortalecida do episódio. Alckmin criticou a atuação equivocada de membros das Forças Armadas durante o governo Bolsonaro (PL), argumentando que militares foram influenciados pela política.
O vice-presidente enfatizou que as Forças Armadas não deveriam ter permitido a aproximação de manifestantes aos quartéis e ressaltou a visão equivocada induzida pela política no governo anterior. Alckmin cobra a punição dos invasores e daqueles que financiaram ou incitaram os ataques, independente de serem civis, militares, servidores públicos ou privados.
Alckmin destacou a gravidade do atentado à democracia, mencionando que vai além da depredação do patrimônio público, sendo um ataque à Constituição brasileira. Ele elogiou a rápida, firme e unida resposta dos três Poderes – Executivo, Judiciário e Legislativo.
Quanto à punição, Alckmin argumentou que é necessário investigar não apenas os invasores, mas também aqueles que incitaram e financiaram os ataques, reforçando a importância de que a lei seja aplicada a todos, independentemente de posição ou poder. Sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro, Alckmin afirmou não ter dúvidas de que ele não tem apreço pela democracia. “O patriota é quem defende a Constituição, a lei, a democracia, o resultado da eleição. Quem fez isso é golpista, é crime. É interessante, porque o ex-presidente Bolsonaro foi eleito pela urna eletrônica. Um filho foi eleito vereador com a urna eletrônica. O outro filho foi eleito deputado federal com a urna eletrônica. O outro filho foi eleito senador com a urna eletrônica. É inacreditável”, afirmou.