Matéria também cita outros programas do município, como o ônibus tarifa zero, o Passaporte Universitário e o Fundo Soberano
A moeda social Mumbuca e os projetos implementados em Maricá voltaram a ser destaque na imprensa internacional. A agência de notícias alemã Fluter publicou uma reportagem no dia 2 de maio mostrando os efeitos na economia da cidade com o programa Renda Básica da Cidadania. Com texto de Nicolas Franzen e fotos de Ian Cheibub, a matéria utiliza, como exemplo do sucesso da política pública, a história da maquiadora Cátia Maria da Conceição, que tem 59 anos e é mãe de dois filhos, e conseguiu se reerguer com a renda básica após terminar um relacionamento abusivo e passar necessidades financeiras.
O texto cita ainda outras políticas de sucesso em Maricá que se tornaram espelho para outras cidades, como os ônibus tarifa zero e o Passaporte Universitário, além de observar a limpeza da cidade e que quase não há pessoas morando na rua. Os investimentos maciços em infraestrutura e toda a prosperidade também são citados na reportagem, destacando que os recursos provém do petróleo descoberto na costa de Maricá em 2006 e que injeta o equivalente a 150 milhões de euros por ano nos cofres municipais.
A equipe da agência alemã também conversou com o secretário de Economia Solidária de Maricá, Adalton Mendonça, que falou sobre os investimentos feitos pelo município com os recursos dos royalties.
“O que fazer com o dinheiro é uma decisão política. O petróleo foi descoberto no mar em muitas outras cidades, mas nesses pequenos ‘emirados’ usaram o dinheiro de maneira diferente, lançaram projetos de luxo ou se esvaíram. Alguns ficaram ricos, mas a maioria da população não ganhou nada. A Prefeitura de Maricá quer fazer diferente e investe a maior parte do dinheiro do petróleo em projetos sociais”, reforçou.
A reportagem também visitou a sede do Banco Mumbuca e conversou com a diretora-presidente, Manuela Mello, que explicou pontos do funcionamento do sistema da moeda Mumbuca, como a paridade para o Real e que a moeda digital só é aceita dentro da cidade, no que os especialistas chamam de economia circular. O capital gerado retorna aos cofres do banco e viabiliza outros projetos, como linhas de crédito e juros zero. “Vemos todos os dias que as pessoas estão atrás do modelo”, aponta Manuela.
O último ponto mostrado pela reportagem é que a cidade criou uma poupança – o Fundo Soberano de Maricá – para utilizar no caso da finitude do petróleo. O texto finaliza retornando à maquiadora Cátia, que declara: “o município está no caminho certo, e é um exemplo para todo o país e talvez para o mundo inteiro”.
Por Redação